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sábado, 20 de junho de 2009

CONSTITUIÇÕES DA O.C.D.S.


PROEMIO

Todos os homens são chamados a participar na caridade da única santidade de Deus: "Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai Celestial"(Mt 5,48).
O seguimento de Cristo é o caminho para chegar à perfeição que o batismo abriu a todo cristão. Por ele se participa da tríplice missão de Jesus: real, sacerdotal e profética. A primeira o compromete na transformação do mundo, segundo o projeto de Deus. Pela segunda, se oferece toda criação ao Pai com Cristo e guiado pelo Espírito. Como profeta anuncia o plano de Deus sobre a humanidade e denuncia tudo o que se opôe a ele.
A grande família do Carmelo Teresiano está presente no mundo de muitas formas. Seu núcleo é a Ordem dos Carmelitas Descalços, formada pelos frades, as monjas de clausura e os seculares. É uma só Ordem com o mesmo carisma. Esta se nutre da larga tradição histórica do Carmelo, recolhida na Regra de Santo Alberto e na doutrina dos doutores carmelitas da Igreja e de outros santos e santas da Ordem.
As presentes Constituições da OCDS são um códico fundamental para seus membros, presentes em distintas regiões do mundo. Por este motivo se caracterizam pela simplicidade das estruturas e a sobriedade de normas de vida. Deste modo, dentro de uma unidade fundamental, estabelecida neste texto legislativo, conservam a abertura a um pluralismo de concretizações exigidas pelos diversos contextos socio-culturais e eclesiais. Para esses se poderão elaborar estatutos particulares que completem e adaptem as normas gerais quando estiver permitido por estas Constituições.

I - IDENTIDADE, VALORES E COMPROMISSO

1. Os Carmelitas Seculares, junto com os Frades e as Monjas, são filhos e filhas da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus. Por tanto, compartilham com os religiosos o mesmo carisma, vivendo-o cada um segundo seu próprio estado de vida. É uma só família, com os mesmos bens espirituais, a mesma vocação à santidade (cf. Efésios 1,4; I Pedro 1, 15) e a mesma missão apostólica. Os Seculares trazem à Ordem a riqueza própria de sua secularidade [2].

2. A pertença à Ordem remonta suas origens na relação que se estabeleceu entre os leigos e os membros das Ordens religiosas nascidas na Idade Média. Gradualmente essas relações obtiveram um caráter oficial para uma participação no carisma e na espiritualidade do Instituto religioso formando parte do mesmo. À luz da nova teologia do laicato na Igreja, os Seculares vivem essa pertença apartir de uma clara identidade laical.

3. Os membros da Ordem Secular dos Carmelitas Descalços são fiéis da Igreja [3] chamados a viver “em obséquio de Jesus Cristo [4] através “da amizade com Quem sabemos que nos ama” [5] , servindo à Igreja. Debaixo da proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo, segundo a inspiração de Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz e da tradição bíblica do profeta Elias, buscam aprofundar o compromisso cristão recebido no batismo.

4. A Virgem Maria se faz presente de maneira especial, sobretudo como modelo de fidelidade na escuta do Senhor e em sua atitude de serviço a Ele e aos demais. Maria é aquela que conservava e meditava em seu coração a vida e as ações de seu Filho [6] , danto exemplo de contemplação. Ela foi quem aconselhou, nas bodas de Caná, que fizessem o que o Senhor lhes dissera [7] . Maria é exemplo de serviço apostólico. E foi ela, outra vez, quem esperou a vinda do Espírito Santo, perseverando em oração com os apóstolos [8] , testemunhando a oração de intercessão. Ela é Mãe da Ordem. O carmelita secular goza de sua especial proteção e cultiva uma sincera devoção mariana.

5. O Profeta Elias representa a tradição do Carmelo e é o inspirador para viver na presença de Deus, buscando-O na solidão e no silêncio, com zelo pela glória de Deus. O Secular vive a dimensão profética da vida cristã e da espiritualidade carmelitana promovendo a lei do Deus de amor e de verdade no mundo e especialmente fazendo-se voz daqueles que não podem, por si mesmos, expressar este amor e esta verdade [9] .

6. A Regra de Santo Alberto é a expressão original da espiritualidade do Carmelo. Foi escrita para leigos que se reuniram no Monte Carmelo para viver uma vida dedicada à meditação da Palavra de Deus, debaixo da proteção da Virgem. Nessa Regra se encontram os princípios que guiam a vida carmelitana:
a) Viver em obséquio de Jesus Cristo;
b) Ser diligentes na meditação da lei do Senhor;
c) Dar tempo à leitura espiritual;
d) Participar na liturgia da Igreja, tanto na Eucaristia como na Liturgia das Horas;
e) Interessar-se pelas necessidades e o bem dos demais na comunidade;
f) Armar-se com a prática das virtudes ao mesmo tempo que se vive uma vida intensa de fé, esperança e caridade.
g) Buscar o silêncio interior e a solidão em nossa vida de oração;
h) Usar prudente discrição em tudo que fazemos.

7. A origem do Carmelo Descalço se encontra na pessoa de Santa Teresa de Jesus. Ela viveu uma profunda fé na misericórdia de Deus [10] , que a fortaleceu para perseverar [11] na oração, humildade, amor fraterno e amor pela Igreja, que a conduziu à graça do matrimônio espiritual. Sua abnegação evangélica, sua disposição ao serviço e sua constância na prática das virtudes são uma guia diária para viver a vida espiritual [12] . Seus ensinamentos sobre a oração e a vida espiritual são essenciais para a formação e a vida da Ordem Secular.

8. São João da Cruz foi o companheiro de Santa Teresa na formação do Carmelo Descalço. Ele inspira o Secular a ser vigilante na prática da fé, da esperança e do amor. O guia através da noite escura à união com Deus. Nesta união com Deus, o Secular encontra a verdadeira liberdade dos filhos de Deus [13] .

9. Tendo em conta as origens do Carmelo e o carisma teresiano, se pode sintetizar assim os elementos primordiais da vocação de leigos carmelitas teresianos:
a) viver em obséquio de Jesus Cristo, apoiando-se na imitação e no patrocínio da Santíssima Virgem, cuja forma de vida constitui, para o Carmelo, um modelo de configuração com Cristo;
b) buscar a “misteriosa união com Deus” pelo caminho da contemplação e da atividade apostólica, indisoluvelmente irmanadas, ao serviço da Igreja;
c) dar uma importância particular à oração que, alimentada com a escuta da Palavra de Deus e com a liturgia, possa conduzir ao trato de amizade com Deus, não apenas quando se ora, senão quando se vive. Comprometer-se nesta vida de oração exige nutrir-se da fé, esperança e, sobretudo, da caridade, para viver na presença e no mistério de Deus vivo [14] ;
d) penetrar de zelo apostólico a oração e a vida em um clima de comunidade humana e cristã;
e) viver a abnegação evangélica apartir de uma perspectiva teologal;
f) dar importância no compromisso evangelizador à pastoral da espiritualidade como colaboração peculiar da Ordem Secular, fiel à sua identidade carmelitano-teresiana.

II - O SEGUIMENTO DE JESUS NO CARMELO TERESIANO LAICAL

10. Cristo é o centro da vida e da experiência cristã. Os membros da Ordem Secular são chamados a viver as exigências de seu seguimento em comunhão com Ele, aceitando seus ensinamentos e entregando-se a sua pessoa. Seguir a Jesus é participar em sua missão salvífica de proclamar a Boa Notícia e instaurar o Reino de Deus (Mateus 4, 18-19). Há diversos modos de seguir a Jesus: todos os cristãos devem segui-lO, fazer dEle a norma de sua vida e estar dispostos a cumprir três exigências fundamentais: colocar os vínculos familiares por debaixo dos interesses do Reino e da pessoa de Jesus (Mateus 18, 28-29; Lucas 14, 25-26); viver o desapego das riquezas para demonstrar que a chegada do Reino não se apoia em meios humanos, senão na força de Deus e na disponibilidade da pessoa humana frente a Ele ( Lucas 14, 33); levar a cruz da aceitação da vontade de Deus manifestada na missão que Ele confia a cada um (Lucas 14, 33; 9, 23).

11. O seguimento de Jesus como membros da Ordem Secular se expressa através da promessa de tender à perfeição evangélica no espírito dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência e das bem-aventuranças. Através da promessa se reforça seu compromisso batismal no mundo a serviço do projeto de Deus. Ela é uma prenda de santidade pessoal, que necessariamente leva a um empenho de serviço à Igreja em fidelidade ao carisma carmelitano-teresiano. Assume-se ante os membros da comunidade como representantes de toda a Igreja e na presença do Delegado do Superior da Ordem.
12. Pela promessa feita à comunidade, na presença do Superior da Ordem ou de seu delegado, a pessoa se converte em membro da Ordem Secular. Por este compromisso se empenha em adquirir a formação necessária para conhecer as razões, o conteúdo e o propósito do estilo de vida evangélica que se assume. A promessa realça o compromisso batismal e enriquece, nos chamados à vocação matrimonial, a vida de esposos e pais. Esta promessa se renova uma vez ao ano no tempo pascal.
O compromisso da promessa de viver em espírito do conselho evangélico de castidade:

13. A promessa de castidade reforça o compromisso de amar a Deus acima de todas as coisas e amar aos demais com o amor que Deus lhes tem [15] . Com esta promessa o Secular busca a liberdade para amar a Deus e ao próximo desinteressadamente, testemunhando a intimidade divina prometida na bem-aventurança: “bem-aventurados os limpos de coração porque verão a Deus” (Mateus 5,8). A promessa de castidade é um compromisso com o amor cristão em sua dimensão pessoal e social para criar autêntica comunidade no mundo. Por esta promessa o Secular expressa também o desejo consciente de respeitar a cada pessoa como o pede a Lei de Deus e segundo o próprio estado de vida, como solteiros, casados ou viúvos. Esta promessa não impede de mudar o estado de vida.
O comprisso da promessa de viver o espírito do conselho evangélico de pobreza

14. A promessa da pobreza expressa o desejo de viver segundo os valores do evangelho. Na pobreza evangélica se encontra a riqueza da generosidade, da negação de si mesmo, da liberdade interior e o depender dAquele que “apesar de rico, se fez pobre, para enriquecer-nos com sua pobreza” ( II Coríntios 8,9) e que “esvaziou-se a si mesmo” (Felipenses 2,7) para por-se ao serviço de seus irmãos e irmãs. A promessa da pobreza busca o uso evangélico dos bens deste mundo e os talentos pessoais e o exercício das próprias responsabilidades na sociedade, na família e no trabalho, colocando-se com confiança nas mãos de Deus. Implica também um compromisso em favor da justiça no mundo para que este responda ao projeto de Deus. A pobreza evangélica é igualmente um exercício de esperança que reconhece as limitações pessoais e se abandona com confiança à bondade e fidelidade de Deus.
O compromisso da promessa de viver o espírito do conselho evangélico de obediência

15. A promessa de obediência empenha a vivermos abertos à vontade de Deus, “em quem vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17,28) imitando a Cristo que aceitou a vontade do Pai e se fez obediente até a morte de cruz (Felipenses 2,8). A promessa de obediência é um exercício de fé que leva a buscar a vontade de Deus nos acontecimentos e desafios da vida pessoal e social. Por ela o Secular coopera livremente com aqueles que têm a responsabilidade de guiar a comunidade e a Ordem no discernimento e na aceitação dos caminhos de Deus: o conselho da comunidade, o Provincial e o Geral.

O compromisso da promessa de viver o espírito das Bem-Aventuranças:

16. Nas Bem-Aventuranças se encontra um plano de vida e um modo de entrar em relação com o mundo, com os vizinhos e companheiros de trabalho, com os familiares e amigos. Ao prometer viver as Bem-Aventuranças na vida cotidiana, tratam de dar testemunho de vida evangélica como membros da Igreja e da Ordem e, por este testemunho, convidam o mundo a seguir a Cristo: “Caminho, Verdade e Vida (João 14,6).
III - TESTEMUNHAS DA EXPERIÊNCIA DE DEUS

17. A vocação do Carmelo Teresiano é um compromisso a “viver em obséquio de Jesus Cristo”, “meditando dia e noite a Lei do Senhor e vigiando em oração” [17] . Fiel a este princípio da Regra, Santa Teresa pôs a oração como cimento e exercício primordial de sua família religiosa. Por isso, o Secular está convidado a procurar que a oração penetre toda sua existência, para caminhar na presença do Deus Vivo (I Reis 18,14), mediante o exercício constante da fé, esperança e amor, de tal modo que toda sua vida seja uma oração, uma busca da união com Deus. A meta será lograr integrar a experiência de Deus com a experiência de vida: ser contemplativos na oração e no cumprimento da própria missão.

18. A oração, diálogo de amizade com Deus, deve nutrir-se de sua Palavra para que esse diálogo possa realizar-se pois “a Deus falamos quando oramos, a Deus escutamos quando lemos suas palavras” [18] . A Palavra de Deus alimentará a experiência contemplativa do Secular e sua missão no mundo. Além da contemplação pessoal, a escuta da Palavra deve favorecer uma contemplação que leve a compartilhar a experiência de Deus na comunidade da Ordem Secular. Através dela se buscará em comum discernir os caminhos de Deus; manter o dinamismo permanente da conversão; renovar a esperança ativa. A realidade se fará transparente e se poderá descobrir em tudo a Deus.

19. O estudo e a leitura espiritual da Escritura e dos escritos de nossos Santos, especialmente dos que são Doutores da Igreja, Santa Teresa, São João da Cruz e Santa Teresa do Menino Jesus, ocupam um lugar privilegiado para alimentar a vida de oração do Secular. Os documentos da Igreja são também alimento e inspiração para o compromisso do seguimento de Jesus.
20. O Secular procurará ter tempos fortes dedicados à oração, como momentos de maior consciência da presença do Senhor e como espaço interior para o encontro pessoal e íntimo com Ele. Isso o conduzirá a viver a oração como atitude de vida que o fará “reconhecer sempre e em todo lugar a Deus..., buscar sua vontade em todos os acontecimentos, contemplar a Cristo em todas as pessoas, próximas ou estranhas, e julgar com retidão sobre o verdadeiro sentido e valor das realidades temporais, tanto em si mesmas como no tocante ao fim do homem” [19] . Logrará assim uma contemplação e ação na história, integrando fé e vida, oração e ação, contemplação e compromisso cristão.

21. O Secular se comprometerá a dedicar diariamente um tempo à prática da oração mental. Este é o tempo para estar com Deus e fortalecer a relação com Ele para ser verdadeiras testemunhas de sua presença no mundo.

22. O caminho da oração cristã exige viver a abnegação evangélica (Lucas 9,23) no cumprimento da própria vocação e missão, já que “oração e regalo não são incompatíveis” [20] . O Secular assumirá desde a perspectiva da fé, da esperança e do amor os trabalhos e sofrimentos de cada dia, as preocupações familiares, as incertezas e as limitações da vida humana, a enfermidade, a incompreensão e tudo aquilo que constitui o “tecido” de nossa existência terrena. Procurará, ao mesmo tempo, fazer de tudo isso matéria para seu diálogo com Deus para crescer numa atitude de louvores e agradecimento ao Senhor. Para viver autenticamente a simplicidade, o desapêgo, a humildade e a completa confiança no Senhor, a Ordem Secular observa as práticas de abnegação evangélica recomendadas pela Igreja. De particular importância são aqueles dias e períodos do calendário litúrgico que têm caráter penitencial.

23. A vida de oração pessoal do Secular, entendida como trato de amizade com Deus, se nutre e expressa também na liturgia, fonte inesgotável da vida espiritual. A oração litúrgica enriquece a oração pessoal e esta, por sua parte, encarna a ação litúrgica na vida. Na Ordem Secular se dá um lugar especial à liturgia entendida como Palavra de Deus celebrada na esperança ativa, depois de havê-la acolhido pela fé e com o compromisso de vivê-la no amor eficaz. Os sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Reconciliação necessitam ser vividos como sinais e instrumentos da ação libertadora de Deus e como encontro com Cristo pascal, presente na comunidade eclesial. São estruturas de graça frente às estruturas de pecado na sociedade. O Secular tratará de descobrir na oração litúrgica a presença de Cristo e do Espírito, viva e exigente na vida concreta de cada dia. No ano litúrgico esperimentará presentes os mistérios da redenção, que impulsionam a colaborar na realização do plano de Deus. A Liturgia das Horas, por sua parte, o fará entrar em comunhão com a oração de Jesus e com a da Igreja.

24. O valor da vida sacramental e litúrgica na Ordem Secular leva a seus membros a participar, na medida de suas possibilidades, na celebração da Eucaristia. Tratarão de rezar a Oração da Manhã (Laudes) e a Oração da Tarde (Vésperas) da Liturgia das Horas em união com a Igreja estendida em todo o mundo. Quando for possível rezarão também a Oração da Noite (Completas). Sua participação no Sacramento da Reconciliação e em outros sacramentos da Igreja favorecem seu processo de conversão.

IV - AO SERVIÇO DO PROJETO DE DEUS

25. “Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, tem a vocação e a missão de ser anunciadores do Evangelho: são habilitados e comprometidos nesta tarefa pelos sacramentos da iniciação cristã e pelos dons do Espírito Santo”. A espiritualidade do Carmelo desperta no Secular o desejo de um compromisso apostólico maior, ao dar-se conta de tudo o que implica sua chamada à Ordem. Consciente da necessidade que tem o mundo do testemunho da presença de Deus [22] , responde ao convite que a Igreja dirige a todas as associações de fiéis seguidores de Cristo, comprometendo-os com a sociedade humana, através de uma participação ativa nas metas apostólicas de sua missão no marco do próprio carisma. Como fruto desta participação na evangelização, o Secular compartilha um gosto renovado pela oração, a contemplação, a vida litúrgica e sacramental.

26. A vocação da Ordem Secular é verdadeiramente eclesial. A oração e o apostolado, quando são verdadeiros, são inseparáveis. A observação de Santa Teresa de que o propósito da oração é “o nascimento de obras boas” [23] recorda à Ordem Secular que as graças que se tem recebido sempre devem ter um efeito em quem as recebe [24] . Individualmente ou como comunidade e, sobretudo, como membros da Igreja, a atividade apostólica é fruto da oração. Onde for possível e em colaboração com os superiores religiosos e com a devida autorização dos encarregados, as comunidades participam no apostolado da Ordem.
27. O Carmelita Secular é chamado a viver e testemunhar o carisma do Carmelo Teresiano na Igreja particular, porção do Povo de Deus na qual se faz presente e atua a Igreja de Cristo. Cada um [25) procure ser uma testemunha viva da presença de Deus e se responsabilize da necessidade de ajudar à Igreja dentro da pastoral de conjunto, em sua missão evangelizadora, debaixo da direção do bispo. Por esse motivo, cada um tenha um apostolado: ou colaborando com outros na comunidade ou individualmente.

28. Em seu compromisso apostólico, levará a riqueza de sua espiritualidade com os matizes que confere a todos os campos da evangelização: missões, paróquias, casas de oração, Institutos de espiritualidade, grupos de oração, pastoral da espiritualidade. Com sua contribuição peculiar como leigos carmelitas, poderão oferecer ao Carmelo Teresiano impulsos renovados para reencontrar válidas indicações para novos dinamismos apostólicos [26] , com uma fidelidade criativa a sua missão na Igreja. As diferentes atividades apostólicas da Ordem Secular serão precisadas e avaliadas nos Estatutos particulares para os diversos ambientes geográficos [27] .
V - COM MARIA, A MÃE DE JESUS

29. No dinamismo interior do seguimento de Jesus, o Carmelo tem contemplado a Maria como Mãe e Irmã, como “modelo perfeito de discípulo do Senhor [28] e, portanto, modelo da vida dos membros da Ordem. A Virgem do Magnificat anuncia a ruptura com um mundo velho e anuncia o começo de uma história nova na qual Deus derruba os poderosos e exalta os pobres. Maria se pôe ao lado destes e proclama o modo de atuar de Deus na história. Maria é para o Secular um modelo de entrega total ao Reino de Deus. Ela nos ensina a escutar a Palavra de Deus na Escritura e na vida, a crer nela em todas as circunstâncias para viver suas exigências. E isto, sem entender muitas coisas; guardando tudo no coração (Lucas 2, 19.50-51) até que chega a luz, com uma oração contemplativa.

30. Maria é também ideal inspiração para o Secular. Ela vive junto às necessidades dos irmãos, preocupando-se com elas (Lucas 1,39-45; João 2,1-12; Atos 1,14). Ela, “a imagem mais perfeita da liberdade e da libertação da humanidade e do cosmos” [29] , ajuda a compreender o sentido da missão. Ela, Mãe e Irmã, que precede na peregrinação da fé e no seguimento do Senhor Jesus, acompanha, para que a imitem em sua vida escondida em Cristo e comprometida ao serviço dos demais.
31. A presença de Maria, uma vez que vivifica a espiritualidade do Carmelo Teresiano, informa seu apostolado. Por isso o Secular se empenhará em conhecer cada dia mais a pessoa de Maria através da leitura do Evangelho, para comunicar aos demais a autêntica piedade mariana, que leva à imitação de suas virtudes. Guiados pelo olhar da fé, os membros da Ordem Secular celebrarão e promoverão o culto litúrgico da Mãe de Deus à luz do mistério de Cristo e da Igreja e praticarão, com sentimentos de fé e amor, os exercícios devocionais em sua honra.

VI - FORMAÇÃO NA ESCOLA DO CARMELO

32. O objetivo central do processo de formação na Ordem Secular é a preparação da pessoa para viver o carisma e a espiritualidade do Carmelo em seu seguimento de Cristo, ao serviço da missão.

33. Com um verdadeiro interesse pelos ensinamentos da Igreja e pela espiritualidade de nossos Santos Carmelitas, os leigos carmelitas tratam de ser homens e mulheres maduros em sua vida, na prática da fé, da esperança e do amor e na devoção à Virgem Maria. Se comprometem a se aprofundar em sua vida cristã , eclesial e carmelitana. A formação cristã é a sólida base da formação carmelitana e espiritual. Por meio do Catecismo da Igreja Católica e dos documentos eclesiais, os leigos carmelitas recebem os fundamentos teológicos necessários.

34. A formação teresiano-sanjuanista, tanto inicial como permanente, ajudam a desenvolver no Secular uma maturidade humana, cristã e espiritual para o serviço da Igreja. Na formação humana desenvolvem a capacidade do diálogo interpessoal, o respeito mútuo, a tolerância, a possibilidade de ser corrigidos e de corrigir com serenidade e a capacidade de perseverar nos compromissos assumidos.

35. A identidade carmelitana é confirmada por meio da formação na Escritura e na “lectio divina”, na importância da liturgia da Igreja, especialmente da Eucaristia e da Liturgia das Horas e na espiritualidade do Carmelo, sua história, as obras dos santos da Ordem e a formação na oração e meditação.

A formação para o apostolado se baseia na teologia da Igreja sobre a responsabilidade dos leigos [30] , e a compreensão do papel dos seculares no apostolado da Ordem ajuda a dar-se conta do lugar que tem a Ordem Secular na Igreja e no Carmelo e oferece uma forma prática para compartilhar as graças recebidas pela vocação a ele.

36. A introdução gradual na vida da Ordem Secular se estrutura da seguinte maneira:
a) Um período suficiente de contato com a comunidade com uma duração de não menos de seis (06) meses. O propósito dessa etapa é para que o candidato possa familiarizar-se mais com a comunidade, o estilo de vida e o serviço da Igreja próprio da Ordem Secular do Carmelo Teresiano. Também para dar uma oportunidade à comunidade para um discernimento adequado. Os Estatutos Provinciais especifiquem este período.
b) Depois do período inicial de contato, o Conselho da comunidade pode admitir o candidato para um período mais sério de formação que durará habitualmente dois anos e que está orientado à primeira Promessa. No princípio desse período de formação se dá o escapulário ao candidato. É um sinal externo de sua pertença à Ordem e de que Maria é, ao mesmo tempo, Mãe e Modelo em seu caminho.
c) Ao final desta etapa, com a aprovação do Conselho da comunidade, convida o candidato a fazer a primeira Promessa de viver o espírito dos conselhos evangélicos e das Bem-Aventuranças por um período de três anos.
d) Nos três últimos anos de formação inicial se tem um estudo mais profundo da Escritura, dos documentos da Igreja, dos santos da Ordem, da oração e a capacitação para uma participação no apostolado da Ordem. Ao final dos três anos o Conselho poderá admitir o candidato para fazer a Promessa definitiva de viver o espírito dos conselhos evangélicos e das Bem-Aventuranças por toda a vida.

VII - ORGANIZAÇÃO E GOVERNO

37. A Ordem Secular de nossa Senhora do Monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus é uma associação de fiéis e uma parte integrante da Ordem dos Carmelitas Descalços. É essencialmente laical em seu caráter, ainda que possa contar com a participação do clero diocesano [31] .
38. Os frades e as monjas do Carmelo Teresiano consideram a comunidade laical do Carmelo Secular como um enriquecimento para sua vida consagrada. Através de uma interação, eles e elas desejam aprender dos leigos (as) carmelitas a reconhecer os sinais dos tempos juntamente com eles. Por tanto, se procurará que representantes da Ordem Secular estejam presentes quando, em uma área geográfica, se projeta, a nível local ou provincial, o serviço apostólico da Ordem ou se aprofunda sobre a situação da Igreja e da sociedade.

39. Todos os fiéis de Cristo tem o direito de fazer votos [32] . Com o consentimento do Conselho da comunidade e a permissão do Provincial, um membro da Ordem Secular, se assim o deseja, pode fazer votos de obediência e castidade na presença da comunidade. Os votos são estritamente pessoais e não criam uma categoria diferente de pertença à Ordem. Supõem um compromisso maior de fidelidade à vida evangélica porém não transformam a quem os fazem em pessoas reconhecidas juridicamente como consagradas na mesma linha dos Institutos de vida consagrada. Aqueles que fazem os votos na Ordem Secular continuam sendo leigos para todos os efeitos jurídicos.

40. A Ordem Secular se estrutura basicamente na comunidade local como um sinal visível da Igreja. A Ordem Secular, tanto a nível de Província, como a nível de comunidade, tem personalidade jurídica [33] .

41. A Ordem Secular depende juridicamente dos frades carmelitas descalços [34] . O Superior Geral estabelece as comunidades locais e realiza as visitas pastorais. Pode dispensar, em casos particulares, das Constituições e dos Estatutos e conceder excessões. Tem autoridade para resolver os casos que não estão contemplados nesta legislação e que não puderem ser resolvidos pelas autoridades locais. Assiste ao Superior Geral um Delegado Geral, cuja responsabilidade é a de favorecer as relações recíprocas entre os religiosos e os seculares e a de manter contato com os Delegados Provinciais e os Assistentes de cada comunidade, de tal modo que possam assegurar-se a finalidade e a boa marcha da Ordem Secular.

42. O Definitório Geral da Ordem aprova os Estatutos regionais [35] e provinciais da Ordem Secular [3 6 ] .

43. O Superior Provincial, normalmente ajudado pelo Delegado Provincial, é o Superior da Ordem Secular dentro de seu terrritório [37] . É o responsável pela boa marcha da Ordem Secular no âmbito de sua circunscrição. Deve visitar as comunidades em sua jurisdição e nomear seus Assistentes, depois de haver escutado ao Conselho das mesmas [38] . A ele se recorre primeiramente quando surgem conflitos.
44. O Assistente espiritual de cada comunidade é ordinariamente um frade da Ordem. Seu dever é dar assistência espiritual à comunidade e acompanhá-la em sua vocação, para que possa corresponder a ela devidamente. Também procurará favorecer a solidariedade entre a comunidade laical e os frades e monjas da Ordem. Convidado pelo Conselho da comunidade, poderá participar em suas reuniões porém sem direito a voto. Estará disponível para entrevistar-se com os candidatos nas diferentes etapas da formação. O Conselho poderá consultá-lo sobre a capacidade do candidato para assumir a responsabilidade da vocação da Ordem Secular. Apoiará a formação da comunidade assistindo ao encarregado da formação. Porém, ele não pode ser o encarregado da formação. O Assistente espiritual deve conhecer bem a espiritualidade carmelitana e estar bem informado dos ensinamentos da Igreja acerca do papel dos leigos nela.

45. Somente o Superior Geral da Ordem, nas circunscrições nas quais não houver frades, ou o Provincial dentro de sua jurisdição, pode designar como Assistente a algum que não seja um frade da Ordem, sempre com a permissão de seu legítimo superior. O Delegado Geral ou Provincial prestarão seu serviço para esta designação entrevistando o candidato para saber si possui as qualidades expressas no número 44 destas normas.

46. O Conselho, formado pelo Presidente, Três Conselheiros e o responsável pela formação, constitui a autoridade imediata da comunidade. A responsabilidade primária do Conselho é a formação e a maturação cristã e carmelitana dos membros da comunidade.
47. O Conselho tem autoridade para:
a) admitir os candidatos à formação, à Promessa ou os Votos;
b) reduzir, por justos motivos, o período de formação antes da Promessa temporária, com o consentimento do Superior Provincial;
c) convocar a comunidade para as eleições a cada três anos;
d) Substituir, por graves motivos, a algum membro do mesmo Conselho [39] ;
e) despedir um membro da comunidade, se isto se considera necessário, depois de consultar ao Provincial [40] ;
f) receber a um membro que se translade de outra comunidade;
g) se surgir algum assunto fora da competência do Conselho, é obrigação do Presidente dá-lo a conhecer ao Provincial.
O Conselho se reúne frequentemente e sempre que seja necessário na perspectiva de cuidar dos programas de formação e do crescimento da própria comunidade.

48. O Superior Geral, o Superior Provincial e o Conselho da comunidade são os superiores legítimos da Ordem Secular.
49. Para o estabelecimento de uma nova comunidade é necessário apresentar à Secretaria Geral da Ordem Secular os seguintes documentos:
a) Uma lista dos membros que a compôem. Para formar uma comunidade se requer contar, pelo menos com 10 membros, dos quais ao menos dois tenham feito a Promessa definitiva;
b) Uma carta do Delegado Provincial solicitando a ereção da comunidade;
c) A permissão por escrito do Ordinário da diocese [41] ;
d) O nome da comunidade;
e) O lugar no qual se reúne a comunidade.

50. A cada três anos as comunidades locais da Ordem Secular elejam a seu Presidente e três Conselheiros [42] . Estes quatro membros, depois de consultar ao Assistente, elejam o encarregado da formação entre os que tenham feito a Promessa definitiva. O conselho nomeia, então, um secretário e um tesoureiro. O procedimento para as eleições será determinado pelos estatutos provinciais, respeitando completamente a liberdade dos eleitores e a preferência da maioria dos membros. Para que o Presidente possa ser reeleito para um terceiro período se requer a permissão do Superior Provincial.

51. O Presidente, eleito entre aqueles membros que tenham a Promessa definitiva, tem o dever de convocar e presidir as reuniões da comunidade. Deverá mostrar uma atitude de serviço para todos os membros da comunidade; fomentará um espírito de afabilidade cristã e carmelitana e terá cuidado de não demonstrar nenhuma preferência de alguns membros sobre outros; coordenará contatos com aqueles membros da comunidade que, por causa da idade, doença, distância ou outras razões, não possam assistir às reuniões; ajudará ao encarregado da formação e ao assistente espiritual, apoiando-os no exercício de suas responsabilidades; poderá substituí-los quando estiverem ausentes, porém só temporariamente, ou designar ele a algum entre os que tenham a Promessa definitiva.

52. A responsabilidade dos três conselheiros é de formar, junto com o Presidente, o governo da comunidade e de apoiar ao encarregado da formação. Geralmente são membros da comunidade com Promessa definitiva. Em casos particulares, membros com primeira promessa podem servir como conselheiros.
53. O encarregado da formação, eleito pelo Conselho entre os que tenham feito a Promessa definitiva, tem a responsabilidade de preparar aos candidatos para a primeira Promessa e para a definitiva. Trabalha em colaboração com o assistente e com apoio do Presidente. Na ausência do Presidente, o encarregado da formação o substitui em todas suas funções.

54. O Secretário do Conselho tem a responsabilidade de manter em dia o livro da comunidade, registrando as eleições, as admissões, as promessas e as demissões. Deve apresentar o registro ao Conselho quando este se reúne e, à comunidade, no momento das eleições. Assiste às reuniões do Conselho registrando em atas as deliberações, porém não tem direito a voto.

55. É dever do tesoureiro guardar e administrar os fundos da comunidade. Deve apresentar um informe semestral dos fundos ao Conselho e também, uma vez ao ano, à comunidade e ao Superior Provincial ou da circunscrição [43] . Os Estatutos locais devem determinar como a comunidade se ocupará das necessidades dos pobres.

56. Os Seculares que, por razões de distância, de idade ou de enfermidade, não puderem participar nas reuniões regulares da comunidade, seguem sendo membros da Ordem Secular e, sob a autoridade do Delegado Provincial, devem ser associados a uma determinada comunidade. É responsabilidade do Presidente da comunidade estabelecer contato com esses membros e, destes, manter o contato com a comunidade.

57. Onde exista uma circunscrição organizada dos frades da Ordem, o Ramo Secular deve formar um conselho Provincial para ajudar-se mutuamente na formação e no apostolado, porém não para interferir no governo das comunidades locais. O Presidente do Conselho Provincial deverá ser um membro da Ordem Secular com a Promessa definitiva. O Conselho Provincial deverá submeter seus Estatutos ao Definitório Geral para sua aprovação.

58. Os Estatutos provinciais determinarão o seguinte:
a) o desenvolvimento de um programa adequado de formação;
b) a aceitação e formação dos novos membros que não vivem perto de uma comunidade estabelecida. Em todos os casos, estes novos candidatos tem que ser identificados e formados por uma comunidade estabelecida e são considerados membros dessa mesma comunidade;
c) o procedimento para as eleições e as responsabilidades dos três conselheiros;
d) os sufrágios pelos defuntos da comunidade;
e) as circunstâncias e condições para emitir os votos;
f) a idade mínima e máxima para aceitar novos membros;
g) o número máximo de membros de uma comunidade antes de dividi-la para formar uma nova comunidade;
h) a coordenação dos compromissos apostólicos dentro da comunidade ou da Província.
I) a forma e o uso dos sinais externos de pertença à Ordem Secular;
j) as práticas de mortificação e as expressões de devoção à Santíssima Virgem e aos santos da Ordem.

59. Se uma comunidade da Ordem Secular não pertence a nenhuma Província, deve elaborar seus próprios Estatutos conforme às anteriores indicações, e submetê-los á aprovação do Definitório Geral.
60. Se podem introduzir outras estruturas a níveis nacionais onde há mais de uma Província, ou a nível internacional, quando se considera que são úteis ou necessárias para a formação, a coordenação dos apostolados da Ordem ou para organizar Congressos. Estas estruturas não teriam nenhuma autoridade jurisdicional. Estes Conselhos regionais deverão submeter seus Estatutos ao Definitório Geral para sua aprovação.
EPÍLOGO

As Constituições da Ordem Secular foram elaboradas para consolidar o projeto de vida de seus membros, que formam parte da Ordem do Carmelo Teresiano. Eles estão convidados a “testemunhar como a fé cristã [...] constitui a única resposta válida aos problemas e expectativas que a vida oferece a cada pessoa e a cada sociedade”. Isto o realizarão como Seculares em si, a partir de uma contemplação comprometida, logram testemunhar em sua vida familiar e social de cada dia “essa unidade de vida que no Evangelho encontra inspiração e força para realizar-se em plenitude” [44] . Como Seculares, filhos e filhas de Teresa de Jesus e de João da Cruz, estão chamados a “ser ante o mundo testemunhas da ressurreição e da vida do Senhor Jesus e um sinal do Deus vivo”, através de uma vida de oração, de serviço evangelizador e por meio do testemunho de uma comunidade cristã e carmelitana. “Todos juntos e cada um por si devem alimentar o mundo com frutos espirituais (cf: Gálatas 5, 22) e difundir nele o espírito de que estão animados aqueles pobres, mansos e pacíficos, a quem o Senhor no Evangelho proclamou bem-aventurados (cf. Mateus 5,3-9). Em uma palavra, o que a alma é no corpo, isto hão de ser os cristãos [carmelitas] no mundo” [45] .


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1] LG 31-35. [2] LG 31; Christifideles laici (CL) 9. [3] CIC 204-205. [4] Regla 1. [5] Santa Teresa de Jesús, Vida 8,5. [6] Cf. Lc 2,51. [7] Cf. Jn 2,5. [8] Cf. Hch 1,14. [9] Cf. 1 Re cc.17-19. [10] Vida 7,18; 38,16. [11] Camino de Perfección, 21,2. [12] Moradas V 3,11; VII 4,6. [13] Cf. Dichos 46; Llama 3, 78; Subida II, 6; 29,6. Oración de la Misa votiva de S. Juan de la Cruz. [14] Dichos de luz y amor, 123; Carta 12.10.1589; 19) [15] Cf. Subida III 23, 1. [16] Cautelas 1 y 6. [17] Regla 2 y 8. [ 18]. Dei Verbum , 25; Camino 21,4; Meditaciones sobre los Cantares , 1,6.11. [19] Apostolicam actuositatem , 4. [20] CP 4, 2. [21] CL 33. [22] Cf. AA 4 y 10. CL 16-17.25.28-29. [23] Moradas V 3,11; Cf. VII, 3. [24] Cf. AA 2-3.
[25] CD,11; AA,86; CL,25 [26] VC 55. [27] Regla de vida OCDS (1979) art. 8. [28] Marialis cultus , 37. [29] Redemptoris mater , 37 [30] AA 28-29. [310] CIC 298,301. [32] Ritual, Instrucción, 9; 30-49 [33] CIC 301. 303-306. 313. [34] CIC 305. 311-315. [35] “Regional” se refiere a naciones o a territorios geográficos en los que hay más de una Provincia de frailes. [36] CIC 307,1; 314. [37] CIC 328-329. Constituciones de los Carmelitas Descalzos , 103. Norma s, 56. [38] CIC 317. [39] CIC 318. [40] CIC 308 y 316. [41] CIC 312,2. [42] CIC 309.
[43] CIC 319. [44] CL 34. [45] LG 38.

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