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terça-feira, 25 de junho de 2013

Castelo Interior: Terceiras Moradas – Capítulo I- O homem das Terceiras Moradas


O homem das Terceiras Moradas tem que passar “a prova do amor”, que o vai libertar de egoísmos e ilusões narcisistas na vida espiritual. É-lhe pedido que fixe um programa de vida espiritual e de oração e se estabilize nele. Aparecem as primeiras manifestações de zelo apostólico, mas sobrevêm a aridez e as fases de impotência como estados de prova: “Prova-nos Tu, Senhor, que sabes a verdade…” (n. 9).

Sob a perspectiva bíblica, o cristão das Terceiras Moradas:
- é provado na sua autenticidade: como o jovem rico do Evangelho, como o Apóstolo Tomé (“morramos por Vós…”);
- vive em risco permanente, até se sentir personificado nas duas figuras paradigmáticas de David e Salomão: um, que supera o risco da queda; o outro, que sucumbe nela. 

Como o jovem do Evangelho

Mais um passo em direcção ao interior do Castelo…, e chegamos às Terceiras Moradas. O primeiro passo neste processo consistiu em “entrar”. Entrar nas Primeiras Moradas equivale a “começar”, ser de verdade o que cada um é no profundo de si mesmo e, a partir daí, pôr em movimento um processo de vida e de relação com Deus e com os outros.
No Castelo luta-se: é a segunda etapa do processo. Para ser e viver é preciso esforçar-se e batalhar. Agora, ao passar das Segundas para as Terceiras Moradas, o orante espera que à luta se siga a vitória e a paz. Mas não vai ser assim. A Santa Madre vai falar-lhe, ainda, de uma etapa de ascese, vigilância e esforço. Vai falar-lhe da prova do amor, dos riscos de ilusão e narcisismo, da passagem por uma espécie de adolescência do espírito.

Nesta nova etapa Teresa não teme tanto as novas provas, mas a própria pessoa, isto é, a Santa Madre teme que a situação espiritual se converta em pedra de tropeço para o próprio orante:
- por apoiar-se em si mesmo, naquilo que já fez;
- para exibi-lo como título diante de Deus;
- por ficar parado como se tivesse feito tudo: “Passai adiante de vossas obrazitas” (n. 6).

Para chamar a atenção do leitor da importância de uma leitura atenta, recomenda: “Olhai muito, filhas, a algumas coisas que aqui vão apontadas, ainda que atabalhoadas” (n. 9).

Nesta etapa Deus actua, responde aos esforços da pessoa, mas não como o orante espera. Deus não se faz presente “premiando” e aprovando, mas provando. Deus entra em cena provando-nos, revelando-nos a nossa verdade moral íntima, oculta no meio de tantas “obras” ascéticas.
Vai ser o refrão destas Moradas Terceiras: o homem é submetido por Deus à prova do amor. Como diz a Santa Madre: “provemo-nos (…) ou prove-nos o Senhor” (n. 7); ou ainda: “Prova-nos, Tu, Senhor, que sabes a verdade, para que nos conheçamos” (n. 9). O homem engana-se a si mesmo e Deus inicia a sua ofensiva declarando-lhe a verdade da sua vida.

A Santa Madre vai apresentar-nos um Deus que não Se dobra aos desejos do homem, mas um Deus que age transcendentemente e, por isso, desconcerta.
A acção de Deus vai pôr de manifesto a inconsistência e pobreza do que o homem fez até aqui: “Passai adiante das vossas obrazitas” (n. 6); e “Ainda é mister mais para que de todo o Senhor possua a alma” (n. 5).
Nada do que fizemos nos dá direito a nada: “Não peçais o que não tendes merecido, nem havia de nos vir ao pensamento que, por muito que sirvamos, o havemos de merecer” (n. 6); “Tenha-se por servo inútil”. Deus não vem atrás “pagando”, mas vai à frente abrindo caminho de graça.
Com esta sua acção, Deus faz ver ao homem a sua soberba espiritual: o homem quer dominar e submeter Deus, que Ele Se dobre às suas obras. Por isso, a prova rompe os esquemas espirituais que tinham regido o homem até agora, ao mesmo tempo que lhe abre o caminho a seguir: deixar-se conduzir por Deus.
Diante de todas as “obras” feitas até aqui, o “negócio” está em render a nossa vontade à de Deus, como veremos no capítulo seguinte. E esta será a grande viragem da vida espiritual.
Deus introduz o orante na aceitação do protagonismo de Deus na sua vida, a partir de uma passividade activa da sua parte. Nesta etapa Deus começa a dar a conhecer que é Ele que assume a iniciativa, actua, “embora muitas vezes não o queremos entender” (n. 7).

E, por isso, vem a secura e falta de ânimo, um sentimento de desencanto. Deus defrauda. A secura e a rudeza revelam a falta de humildade, isto é, a pouca verdade em que caminha a pessoa, que não se abandona a Deus. Diz a Santa Madre: “não posso acabar de crer a quem tanto caso faz destas securas, senão que é um pouco falta dela” [humildade] (n. 6).

O orante tinha clamado a Deus para que se lhe comunicasse. Deus fá-lo agora e, como o jovem rico do Evangelho, “lhe voltamos as costas (…) quando nos diz o que havemos de fazer” (n. 7).

Temos aqui a caracterização das “almas concertadas” e da nova fase que se inaugura nestas Terceiras Moradas.

Como se apresenta o orante das Terceiras Moradas? Apresenta aspectos positivos e aspectos negativos.

Aspectos positivos:
- “Muito desejosos de não ofender Sua Majestade”;
- “Por coisa alguma fariam um pecado”;
- “Amigos de fazer penitência”;
- “As suas horas de recolhimento”;
- “Gastam bem o seu tempo”;
- “Gastam bem sua vida e fazenda”;
- “Exercitam-se em obras de caridade”;
- “Decerto que é estado para desejar”;
- “Bela disposição” para chegar às Sétimas Moradas.

Aspectos negativos:
- “Almas concertadas”;
- “Dar-lhes conselho, não é remédio”;
- “Parece-lhes que podem ensinar a outros”;
- “Canonizam [as suas faltas] … e assim queriam que outros as canonizassem”;
- “Quereriam a todos tão concertados como eles trazem suas vidas”;
- “Que todos vão pelo seu caminho”;
- “Penitências concertadas”;
- “A sua razão está muito em si”;
- Agem “com tanto senso” e “grande discrição”.

A Santa Madre aprecia aquilo que o orante destas Moradas faz, chama-lhe “bem-aventurado”, mas põe a tónica no aspecto negativo: o estado em que vive é mais aparente que real. Precisa de uma orientação de fundo, reorientação que não fará por si mesmo, porque não vê que a necessita e porque está incapacitado moralmente para levá-la a cabo. Por isso intervém Deus com uma intervenção de amor: Deus quer que estas almas “passem adiante”. Esta acção de Deus revela o fundo de egoísmo do orante que permanece intacto sob a aparência de uma vida espiritual “concertada”, minuciosa e cuidadosamente programada.

O orante das Terceiras Moradas é acreditado pelas suas obras, são o seu troféu, o pedestal sobre o qual se eleva, como veremos no capítulo seguinte. Considera-se o “cânon” e “norma” de todos, ensinando a todos e não se deixando ensinar por ninguém. E diante de Deus apresenta-se com exigências, pensa que Deus lhe está obrigado a fazer mercês, a regalá-lo na oração.

Podemos dizer que o orante das Terceiras Moradas fez muitas coisas, mas ficou intacta a pessoa. Dá coisas, não se dá. Confia só nas suas obras. Faltou-lhe o amor que é saída de si, esquecimento de si, viver só por Ele e, para ser curado, o orante das Terceiras Moradas tem que reconhecer que lhe falta humildade, como veremos também no capítulo seguinte.

Em conclusão, podemos dizer que a libertação do “eu” do orante está por fazer. E esta libertação só se dá quando o homem se abandona e se confia incondicionalmente, em movimento de amor, nas mãos do Outro. A mudança a que é chamado o orante é dar-se a si mesmo com amor puro, sem interesse, por Deus somente. É dar gratuitamente.

Veremos ainda no capítulo seguinte que o orante é chamado a entregar a sua vontade a Deus e que é o interior, a vontade, que tem que ser curada. A pessoa cura-se na medida em que se abre total e radicalmente a Deus, rompe o cerco do “eu”, num movimento de amor e doação. Este é o “negócio”, não a multiplicação das obras externas.


Cristo nas Terceiras Moradas

A figura de Jesus afirma-se e cresce nestas Moradas como “modelo” da nossa vida. Apresenta-se como Caminho e o orante é chamado a segui-Lo. Ele “pede-nos que deixemos tudo por Ele”, já que a perfeição está em segui-Lo por caminhos de amor, que consistem em servir o próximo. O orante é convidado a morrer por Cristo: a morrer ao egoísmo, aos temores e medos que nascem da natureza, e a viver em comunhão de amizade com um “Deus tão generoso que morreu de amor por nós”. É convidado a viver as exigências do amor, tal como o expressou Cristo, a pôr toda a sua confiança e apoio n’Ele.


Também a Santa Teresa passou por esta etapa:
Vocação das suas Terceiras Moradas

Quando a Santa Madre escreve estas páginas das Terceiras Moradas tem já mais de sessenta anos de idade e claro que tem presente na sua memória a sua passagem por elas. Esta etapa na vida da Santa Madre ocupa um período demasiado prolongado, cheio de vaivéns e incertezas. Foi a década dos seus trinta anos, iniciada provavelmente como consequência da morte de D. Alonso, seu pai, quando ela entrava nos seus vinte e nove anos.

A morte de D. Alonso fá-la regressar, uma vez mais, “à verdade de quando era criança”: que “tudo passa”, que “tudo é nada”… Recupera os seus ideais, a sua tábua de salvação que é a oração, a sua determinada determinação de viver a sério a sua consagração religiosa, de ser coerente consigo mesma e com a voz misteriosa que a chama a partir de dentro.
Mas, neste período tudo em Teresa é tão frágil, tão quebradiço... Faz e desfaz. Luta e sucumbe. Escreveu no Livro da Vida: “Quisera eu saber descrever o cativeiro em que, nestes tempos, trazia a minha alma. Bem entendia eu que estava cativa, mas não acabava de entender em quê (…) Desejava viver, pois bem entendia que não vivia, antes pelejava com uma sombra de morte e não havia quem me desse vida nem a podia eu tomar. E Quem ma podia dar tinha razão de não me socorrer, pois tantas vezes me havia chamado a Si e eu O havia deixado” (V 8, 11-12).
O mesmo estremecimento se apodera da sua alma e da sua pena ao abordar agora o tema nas Terceiras Moradas: “Certo é, minhas filhas, que estou com não pouco temor escrevendo isto, pois não sei como o escrevo nem como vivo, quando disso me lembro muitas, muitas vezes. Pedi-Lhe, minhas filhas, que Sua Majestade viva sempre em mim; porque, se não for assim, que segurança pode ter uma vida tão mal gasta como a minha? (...) Mas bem sabe Sua Majestade que só posso presumir da Sua misericórdia; e, já que não posso deixar de ser a que tenho sido, não tenho outro remédio, senão acolher-me a ela e confiar nos méritos de Seu Filho e da Virgem, Sua Mãe…” (n. 3).

Aquilo que a Santa Madre recorda da sua vida nestas Terceiras Moradas, servirá de pano de fundo à exposição que ela vai fazer desta zona do Castelo.
Teresa está convencida de que todos temos que passar por uma experiência semelhante à sua. É a experiência agridoce da própria fragilidade, com alternâncias de auto-suficiência e de incoerência, de ilusões e humilhações, de firmes determinações e de dúvidas envolventes e totais; experiência da própria insegurança radical e necessidade de descobrir a misericórdia amorosa de Deus como tábua de salvação.


Quatro tipos bíblicos

Tal como sucedeu nas outras Moradas anteriores, Teresa recorre espontaneamente a quatro personificações bíblicas. Um dos tipos bíblicos, elabora-o ela própria a partir de um salmo sapiencial. O outro toma-o directamente do Evangelho. Vai utilizá-los como verso e reverso desta etapa do caminho espiritual.
A Santa Madre inicia assim as Terceiras Moradas: “Àqueles que, pela misericórdia de Deus, venceram estes combates e com perseverança entraram nas Terceiras Moradas, que lhes diremos, senão «bem-aventurado o varão que teme o Senhor»? (...) Por certo, com razão o chamaremos bem-aventurado, pois, se não volta atrás (…), leva caminho seguro na sua salvação” (n. 1).
Neste quadro de luzes e sombras das Terceiras Moradas, o lado luminoso está plasmado nesta personagem do salmo 111: “Bem-aventurado o que teme o Senhor”. Bem-aventurado, enquanto se mantém no temor do Senhor.
Na linguagem bíblica, temor do Senhor, não é medo de Deus. Significa respeito e consciência amorosa do seu papel de Deus: teme o Senhor quem “ama de coração os seus mandamentos” (v. 2).
E prossegue o salmo apresentando este “varão ditoso”:
- “Em sua casa haverá abundância e riqueza” (v. 3);
- “O seu coração está firme no Senhor” (v. 7);
- “O seu coração é inabalável, nada teme” (v. 8);
- “Reparte com largueza pelos pobres, a sua generosidade permanece para sempre” (v. 9);
- “Os desejos dos ímpios saem frustrados” (v. 10).

Os traços fundamentais retidos pela Santa Madre nesse tipo bíblico são a segurança e a bem-aventurança. No Castelo, as Terceiras Moradas são um seguro de vida só se o morador delas deposita toda a sua confiança em Deus. Uma tarefa desta etapa espiritual é educar-se para uma ilimitada confiança n’Ele. Só a ilimitada confiança n’Ele poderá salvar-nos da instabilidade e insegurança permanente de nós próprios. Na realidade, o refúgio seguro não é o meu próprio Castelo; só Deus é garantia de segurança para a minha insegurança e os meus medos.

O segundo tipo bíblico é o reverso da medalha. Já não é uma imagem ideal como a do salmo, mas um jovem de carne e osso, muito parecido com a Teresa dos seus trinta anos. Na cena evangélica, narrada por São Mateus, esse jovem vem à procura de Jesus com alma generosa. Fez tudo bem desde a sua juventude. O que é pena é que tenha feito tudo, menos o que lhe propôs Jesus. E o jovem retira-se entristecido (Mt 19,16-22).

Sem dúvida que Teresa se revê nesta personagem do Evangelho. Este jovem, tão depressa generoso como tacanho, é a imagem viva dos trinta anos da Santa Madre, quando ela oferecia ao Senhor a jóia da sua vontade (o seu amor íntegro), e outras vezes lha retirava, quando o Senhor estendia a mão para a tomar. Já no Caminho de Perfeição tinha recordado esse gesto e tinha-o narrado assim: “Não são zombarias estas que se façam a Quem tantas fizeram por nossa causa; (…) Dêmos-Lhe a jóia de uma vez para sempre, pois tantas tentámos em Lha dar; (…) Somos repentinamente generosos, e depois tão tacanhos, que, em parte, mais valera que nos tivéssemos detido em dar” (C 32, 8).

O morador das Terceiras Moradas deve rever-se no jovem do Evangelho e empenhar-se na complexa tarefa da generosidade, para com Deus e com os Irmãos. Não só oferecer e oferecer-se (“Vossa sou, para Vós nasci, que mandais fazer de mim?”), mas recuperar-se da humilhação do fracasso e das incoerências da própria generosidade juvenil. Sobretudo, deve esforçar-se em algo mais difícil: aceitar que Deus tome a iniciativa, para além dos seus projectos de generosidade. Mesmo quando a acção d’Ele me apanhe de surpresa na minha vida; quando há intromissão dos outros no que é meu; ou nos acontecimentos que se atravessam à frente do meu programa espiritual; ou ainda quando Ele expressamente me ultrapassa e desfaz os meus esquemas, como ao jovem do Evangelho.

O terceiro tipo bíblico é o Apóstolo Tomé: “Morramos com Ele”. É uma personagem que se mostra cheia de arrojo e valentia, decisão de seguir o Senhor nos perigos e dificuldades, mas que vacilará no momento da morte e ressurreição do Senhor.

O quarto tipo bíblico é, como já referimos, David e Salomão. São dois exemplos de pessoas muito dadas a Deus e favorecidas por Ele mas que desfaleceram na perseverança do bem. Diz a Santa Madre: “Duma coisa vos aviso: que nem por ser tal e ter tão boa Mãe, estais seguras, que muito santo era David, e já vedes o que foi Salomão; nem façais caso do encerramento e penitência em que viveis, nem vos assegureis por tratardes sempre com Deus e exercitar-vos na oração tão continuamente e estardes tão retiradas das coisas do mundo e tê-las, a vosso parecer, aborrecidas” (n. 4).

Etapa de imaturidade espiritual?

Se formos à raiz da palavra grega, em Mateus, este apelida o jovem de adolescente (“neaniskos”): “Ao ouvir Jesus, o adolescente saiu entristecido, porque possuía uma grande fortuna” (19,22).
Na realidade a etapa que a Santa Madre descreve nas Terceiras Moradas corresponde a uma espécie de “adolescência do espírito”, com os típicos traços dessa etapa da vida 

humana
 . Estes aspectos vai desenvolvê-los a Santa Madre, analisando-os e caracterizando-os melhor, no capítulo seguinte. Neste capítulo primeiro cingir-se-á a oferecer os traços principais e a preparar o leitor para tomar consciência de que vai passar por esta zona da sua vida espiritual.

Como poderíamos caracterizar esta adolescência do espírito?

- Adolescência do espírito é, podemos dizer, esse gesto de arrojo e generosidade primária, como a do Apóstolo Tomé na subida a Jerusalém: “Vamos e morramos com Ele” (Jo 11,16), mas logo se converte em obstinação e resistência diante de Jesus morto e ressuscitado.

- Adolescência do espírito é uma atitude de segurança fictícia, minada pela realidade de uma insegurança de fundo, diante das dificuldades que necessariamente hão-de sobrevir no caminho.

- Adolescência do espírito é a arrogância mal dissimulada, a fé secreta em si mesmo, a convicção de que na vida do espírito – como na profissional – a iniciativa vem de nós próprios, e que Deus e o Seu amor colaboram como alguém de segunda. Daí que estes tais “não podem levar à paciência que se lhes cerre a porta para não entrar aonde está o nosso Rei, por cujos vassalos se têm e o são” (n. 6).

E a Santa Madre conclui o capítulo com uma oração: “Que poderemos fazer por um Deus tão generoso, que morreu por nós e nos criou e nos dá o ser, que não nos tenhamos por venturosos em que se vá descontando alguma coisa do que Lhe devemos pelo que Ele nos tem servido (…)? (n. 8). E conclui com uma petição final: “Prova-nos, Tu, Senhor, que sabes a verdade, para que nos conheçamos” (n. 9).

Precisamente esta última invocação insinua o tema que irá desenvolver no Capítulo seguinte. É necessário que o Senhor – que sabe as nossas verdades – nos submeta à prova do amor. Passar esta prova do amor marcará a passagem de fronteira para as Quartas Moradas.