A
SERVIÇO DO PROJETO DE DEUS(conf.const.ocds
n. IV)
Constituições ocds -IV-A SERVIÇO DO
PROJETO DE DEUS
25.
“Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, têm por vocação e
por missão anunciar o evangelho: para essa obra foram habilitados e nela
empenhados pelos sacramentos da iniciação cristã e pelos dons do Espírito
Santo”[21]. A espiritualidade do Carmelo desperta no Secular o desejo de um
compromisso apostólico maior, ao dar-se conta de tudo o que implica sua chamada
à Ordem. Consciente da necessidade que tem o mundo do testemunho da presença de
Deus[22], responde ao convite que a Igreja dirige a todas as associações de
fiéis seguidores de Cristo, comprometendo-os com a sociedade humana por meio de
uma participação ativa nas metas apostólicas de sua missão no marco do próprio
carisma. Como fruto desta participação na evangelização o Secular compartilha
um renovado gosto pela oração, a contemplação, a vida litúrgica e sacramental.
26.
A vocação da Ordem Secular é verdadeiramente eclesial. A oração e o apostolado,
quando são verdadeiros, são inseparáveis. A observação de Santa Teresa de que o
propósito da oração é “o nascimento de boas obras”[23] recorda à Ordem Secular
que as graças recebidas sempre devem ter um efeito em quem as recebe[24].
Individualmente ou como comunidade e sobretudo como membros da Igreja, a
atividade apostólica é fruto da oração. Onde seja possível e em colaboração com
os superiores religiosos e com a devida autorização dos encarregados, as
comunidades participam do apostolado da Ordem.
27.
Cada um procure ser uma testemunha viva da presença de Deus e se torne
responsável pela necessidade de ajudar a Igreja de uma maneira concreta em sua
missão evangelizadora. Por esta razão, cada um tem um apostolado, seja em
colaboração com outros na comunidade, seja individualmente.
28.
Em seu compromisso apostólico levará a riqueza de sua espiritualidade com os
matizes que confere a todos os campos da evangelização: missões, paróquias,
casas de oração, Institutos de espiritualidade, grupos de oração, pastoral da
espiritualidade. Com seu aporte peculiar como leigos carmelitas, poderão
oferecer ao Carmelo Teresiano impulsos renovados para “encontrar válidas
indicações para novos dinamismos apostólicos”[25], com fidelidade criativa a
sua missão na Igreja. As diferentes atividades apostólicas da Ordem Secular
serão detalhadas e avaliadas nos Estatutos particulares para os diferentes
ambientes geográficos[26].
O ponto de partida para esta colocação é responder às perguntas:
1- Quais são os princípios que se usa para discernir a vocação à Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares?
2- Quem é chamado a ser um Carmelita Secular e, como se distingue entre os que são chamados e os que não são chamados?
Ser membro da Ordem é uma vocação, e uma vocação que precisa, para o bem de todos, ser claramente identificada. De outro modo, a Ordem – sejam os frades, ou as monjas, ou os seculares – se desvia de seu caminho, confunde sua identidade.
Então, o que é que
identifica uma pessoa com a vocação à Ordem Secular dos Carmelitas Teresianos?
A resposta é: O
compromisso com a Ordem. Esse compromisso é precisamente o que
distingue o Carmelita Secular de outras pessoas que tem muito interesse espiritual
pela Santíssima Virgem, o escapulário, a oração. Os que têm vocação de
carmelitas são aqueles que desejam FORMAR PARTE (formar = formação) DA ORDEM.
(Sublinho de maneira
especial e particular este jogo de palavras e Enfatizo “formar parte da
Ordem” e formar - formação.)
Conforme nossas constituições n. 17
“ Os Carmelitas
Seculares, em união com os Frades e as Monjas, são filhos e filhas da Ordem de
Nossa Senhora do Monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus. Portanto,
compartilham com os religiosos o mesmo carisma, vivendo-o cada um segundo seu
próprio estado de vida. É uma só família com os mesmos bens espirituais, a
mesma vocação à santidade (cf. Ef 1,4; 1Pd 1,15) e a mesma missão apostólica.
Os Seculares trazem para a Ordem a riqueza própria de sua secularidade[2]” (constituições OCDS, cap. I)
Perceber
a vocação
Ser carmelita não é
privilégio; é uma responsabilidade”.
Conf. Constituições
I,6-9
“7. A origem do Carmelo Descalço está na
pessoa de Santa Teresa de Jesus. Ela viveu uma profunda fé na misericórdia de
Deus[10], que a fortaleceu para perseverar[11] na oração, humildade, amor
fraterno e amor pela Igreja, levando-a à graça do matrimônio espiritual. Sua
abnegação evangélica, sua disposição ao serviço e sua constância na prática das
virtudes são um guia cotidiano para viver a vida espiritual[12]. Seus
ensinamentos sobre a oração e a vida espiritual são essenciais para a formação
e a vida da Ordem Secular.
8. São João da Cruz foi o companheiro de
Santa Teresa na formação do Carmelo Descalço. Ele inspira o Secular a ser
vigilante na prática da fé, da esperança e do amor. Ele o guia através da noite
escura à união com Deus. Nesta união com Deus, o Secular encontra a verdadeira
liberdade dos filhos de Deus[13].
9. Levando em conta as origens do
Carmelo e o carisma teresiano, os elementos primordiais da vocação dos leigos
carmelitas teresianos podem ser assim sintetizados:
·
viver
em obséquio de Jesus Cristo, apoiando-se na imitação e no patrocínio da
Santíssima Virgem, cuja forma de vida constitui, para o Carmelo, um modelo de
configuração com Cristo;
·
buscar
a “misteriosa união com Deus” pelo caminho da contemplação e da atividade
apostólica, indissoluvelmente irmanadas, a serviço da Igreja;
·
dar
uma importância particular à oração que, alimentada com a escuta da Palavra de
Deus e a liturgia, possa conduzir ao trato de amizade com Deus, não só quando
se ora, mas também quando se vive. Comprometer-se nesta vida de oração exige
nutrir-se da fé, da esperança e, sobretudo, da caridade, para viver na presença
e no mistério do Deus vivo[14];
·
impregnar
de zelo apostólico a oração e a vida em um clima de comunidade humana e cristã;
·
viver
a abnegação evangélica a partir de uma perspectiva teologal;
·
dar
importância, no compromisso evangelizador, à pastoral da espiritualidade como a
colaboração peculiar da Ordem Secular, fiel à sua identidade
carmelitano-teresiana.”
E sendo uma RESPONSABILIDADE
fazemos um compromisso com a
Ordem. Por este compromisso assumimos a responsabilidade
de corresponder às exigências de sermos carmelitas. O compromisso – seja qual
for a fórmula que se adota: promessa temporária ou definitiva, votos ou outra
fórmula – tem que abrir-se à formação que quer e lhes pede a
Ordem. Não necessariamente a “informação”.
Um membro da Ordem Secular de Nossa Senhora do
Monte Carmelo e Santa Teresa de Jesus então é :
1- um membro
praticante da Igreja Católica
2- que, sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo
3- inspirado por Santa Teresa de Jesus e por São João da Cruz
4- se compromete com a Ordem
5 - buscar o rosto de Deus,
6 - para o bem da Igreja e do mundo.
2- que, sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo
3- inspirado por Santa Teresa de Jesus e por São João da Cruz
4- se compromete com a Ordem
5 - buscar o rosto de Deus,
6 - para o bem da Igreja e do mundo.
(Elementos
para o discernimento da vocação à Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares, Pe. Aloysius Deeney, OCD)
Então: O que caracteriza uma
pessoa vocacionada á ocds?
A resposta é: O
compromisso com a Ordem. Esse compromisso é precisamente o que
distingue o carmelita secular de outras pessoas que tem muito interesse
espiritual pela Santíssima Virgem, o escapulário, a oração. Os que têm vocação
de carmelitas são aqueles que desejam FORMAR PARTE (formar = formação) DA
ORDEM.
Por este compromisso assumimos
a responsabilidade de
corresponder às exigências de sermos Carmelitas. E assim, abrimo-nos a FORMAÇÃO
para sermos Carmelitas Seculares Teresianos.
A formação há de ser permanente.
É como o respirar, nunca podemos deixar! É algo inseparável da comunidade em
que a vocação ao Carmelo nos insere. “A caridade aumenta ao ser transmitida”.
Teresa quis formar comunidades orantes. O amor de umas para com as outras, por
exemplo, será a primeira condição para poder começar um caminho de oração.
A comunidade da Ordem
Secular tem características e finalidades diversas: o que a une não é uma
interação constante entre seus membros, mas o fato de caminhar juntos ou,
melhor, na mesma direção, compartilhando objetivos e finalidades cada um
na situação concreta na qual se
encontra.
Os carmelitas seculares partilham com os religiosos o
mesmo carisma, vivendo cada um conforme seu próprio estado de vida.
Como se pode entender esta pertença comum à mesma Ordem?
Como se pode entender esta pertença comum à mesma Ordem?
Devemos ter plena
consciência de nossa vida leiga, sem querer formar nossas comunidades para
que sejamos frades ou monjas. Precisamos nos inteirar do que a Igreja quer
de nós. Pois há muitos seculares que não tem plena consciência de quem eles
realmente são; não buscam saber, não leem e não se formam, e nem aceitam a
formação proposta pela igreja e /ou pela Ordem Secular. Para isso temos os
nossos documentos nos orientando: As
constituições, a Ratio, Estatutos, Doc. Da Igreja e tantos outros. É preciso
que nós carmelitas seculares nos
eduquemos nesta dimensão para tomarmos
consciência de que formamos parte de um povo que tem a mesma dignidade de
filhos e filhas. Conforme nos diz nossas constituições , no proêmio: “A grande família do Carmelo Teresiano está
presente no mundo sob muitas formas. Seu núcleo é a Ordem dos Carmelitas
Descalços, formada pelos frades, as monjas de clausura e os Seculares. É uma só
Ordem com o mesmo carisma”. Somos responsáveis e co- responsáveis da
organização e missão carmelita na igreja.
Nós Carmelitas Seculares não
podemos deixar que isso caia na sombra , fique esquecido. É importante
recuperar o significado e seu alcance real. Somos missionários no nosso papel
de leigos carmelitas, formamos parte do Carmelo missionário através do nosso
trabalho dentro das paroquias, nas pastorais e nos serviços que prestamos.
Através de nossa profissão, de nossas diversões, amizades, de nosso serviço
pessoal e comunitário ao nosso próximo mais necessitado seja do material ou do
espiritual. Santa Teresa já dizia que o resultado de nossa oração eram os
frutos das nossas obras.
CUIDAR
DA VOCAÇÃO É ESTAR EM CONSTANTE FORMAÇÃO
“O objetivo central do processo de formação na Ordem
Secular, é a preparação da pessoa para viver o carisma e a espiritualidade
do Carmelo em seu seguimento de Cristo, a serviço da missão.” (Constituição ocds.32)
A
formação eclesial missionaria , em geral, não tira os leigos carmelitas da
realidade em que vivem; mas sim os ajuda a penetrar nela profundamente, a ler a
vida diária com os olhos do Espírito e a contar a todos o que tem visto e
ouvido com o colorido especial dos próprios dons. Encarnados na realidade,
revivem o mistério da encarnação e do envio missionario de Jesus, são um
testemunhas de alegria no meio do mundo.,
inseridos plenamente nas realidades cotidianas são o sal e a luz, presença
alentadora no caminho de muitos. Em cada ser humano que passa ao seu lado, os
leigos carmelitas veem a Jesus que pode ser olhado, que grita marginalizado
para que alguém o escute, que espera ser acompanhado para a vida. Nos leigos
carmelitas, Jesus se faz próximo e amigo dos homens e mulheres, cuida da vida,
alimenta a esperança.
Quando
os leigos carmelitas descobrem a Jesus como um tesouro e escolhem viver “em
obsequio de Jesus Cristo” não podem
calar esta experiência e querem, como a Madre Teresa, dar vozes nos cruzamentos
dos caminhos para que todos conheçam o amor entranhável de Deus. A oração se
converte assim, neles, em uma reação espontânea ao amor de Deus, em “um trato
de amizade com quem sabemos nos ama” (V 8,5); a missão passa a ser um
experiência de gratuidade por ter recebido tudo de graça.
“É necessário que desde o
tempo de formação inicial se ajude a conhecer e compreender o mundo em que
vivemos, suas esperanças, suas aspirações e o o lado dramático que com
freqüência lhe caracteriza” (GS 4)
O que define a qualidade
espiritual dos leigos do Carmelo Teresiano é seu compromisso com o Reino de
Deus que traz Jesus.
PORTANTO:
Os leigos do Carmelo Teresiano tem um lugar,
uma tarefa e uma palavra na família do Carmelo. Se eles não disserem sua
palavra, o Carmelo ficará um pouco as escuras. É hora de superar antigos
esquemas clericais, que marcam distancias entre os que são membros de uma mesma
família e cavam valetas que separam aos que compartilham o mesmo carisma.
O carmelita Secular é uma pessoa que busca a santidade (a
plenitude de sua vocação batismal) e coloca toda sua vida ao serviço de Cristo
e do Evangelho através do apostolado, sem modificar seu modo de estar no mundo.
(Pedro Tomás Navajas, a formação eclesial
do carmelita secular )
O único modo correto de
compreender o nosso lugar e nosso papel como Carmelitas Seculares é buscar uma
formação consciente e participativa, integrada com a Ordem OCD, província OCDS,
e a Igreja...
Só quando os leigos do
Carmelo se descalçam diante do mundo, entendido como terreno santo que Deus
está continuamente criando e recriando, podem apresentar-se no meio dele como a
boa noticia do Deus que só sabe amar. (Pedro
Tomás Navajas, a formação eclesial do carmelita secular )
Ai
de mim se eu não anunciar o Evangelho! (1Cor 9,16). Para a Nova Evangelização é
necessário o protagonismo de um leigo carmelita, bem formado, com experiência
de Deus, com estruturas menos complicadas para viver a comunhão e a missão.
Onde acontece isso, surge a esperança.
O
seguimento de Jesus, exige viver com radicalidade evangélica. A resposta de
Santa Teresa é: “Juntos andemos, Senhor”. Qual será a nossa resposta hoje ao
convite de Jesus: “Vão vocês também até
a minha vinha” (Mt 20,4).? O mundo é a
vinha do Senhor ( assim fala na “Christifideles Laici”, a carta magna dos
leigos na igreja) desde onde Deus chama a todos seus fieis, ordenados ou
leigos, a trabalhar, a gerar novas formas de vida, novas experiências de
convivência, novas mentalidades e estruturas de relação entre as pessoas, as
culturas, os povos e as nações.
Que grande e maravilhosa é a missão do Carmelita
Secular!
Fazer que a realidade da vida de cada dia
( amizade, trabalho, ação política...o dia a dia )
se revele como
espaço em que o Reino de Deus já vem , de fato chegou e está entre nós.
QUESTIONAMENTOS:
Cada Carmelita Secular pessoalmente e Cada
comunidade tem que responder, como comunidade, a esta pergunta: O que posso
fazer / O Que podemos fazer para compartilhar com outros (pessoas de boa
vontade, cristãos, católicos, carmelitas...ou não) o que temos recebido por
pertencer ao Carmelo?
Rose Lemos Piotto,
ocds, comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus
Passos-MG
Bibliografia: Pedro Tomás Navajas, carmelita teresiano a
formação eclesial do carmelita secular /Constituições ocds/Ratio ocds/Elementos para o discernimento da vocação à
Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares, Pe. Aloysius Deeney, OCD/Frei
Alzinir Debastiani OCD, Delegado Geral para a ocds
Boa noite Rose. Acabo de ler tua postagem. Há muito ando vivendo um caminhar comigo. E Deus tem me cuidado. Entrei para as Carmelitas Seculares pouco tempo. E o que li me mostra bem definido o que procuro hoje e sempre, até o fim de minha vida , se assim Deus o quiser e me abençoar para tal.
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