A Regra carmelitana apresenta um
duplo valor: espiritual e normativo. Ela foi o primeiro texto espiritual de
nossa família carmelitana e sua primeira norma de vida.
Os dois valores foram vistos nela
por santa Teresa, que os incorporou desde o primeiro momento e os reafirmou até
os últimos anos de sua vida.
Antes
de fundar São José
O conhecimento de Teresa sobre a
Regra vem por meio da formação inicial no convento da Encarnação. Poucas são as
informações sobre seu noviciado e de sua formação em seus primeiros anos de vida
religiosa. Não sabemos até que ponto o conteúdo da Regra foi estudado e
assimilado por ela antes do projeto da fundação de São José . Ela mesma vai
contar o impacto que sentiu poucos depois em seu encontro com Maria de Jesus, a
fundadora do Carmelo da Imagen de Alcalá de Henares, que sendo analfabeta sabia
coisas da Regra que a madre ignorava (Vida 35, 1-2).
Na Encarnação a vida pessoal das
monjas estava baseada na Regra. Elas faziam profissão “segundo a Regra do
Carmo”. Não conhecemos a fórmula precisa da profissão da santa (1537), mas de
uma fórmula anterior sim. Segundo esta a carmelita da Encarnação professava
voto de obediência (sem a menção dos outros dois) segundo a Regra carmelitana
(sem mencionar as constituições). Este texto de profissão religiosa data de
1521 e provavelmente oferece a mesma fórmula que usaria dona Teresa de Ahumada
uns 16 anos depois.
A regra era ponto de referencia na
profissão de cada monja e também a base jurídica e religiosa da vida da
comunidade.
Mesmo assim, não sabemos até que
ponto o texto da Regra era acessível às religiosas de então que não conheciam o
latim, entre as quais se encontrava Dona Teresa. Nas constituições das
carmelitas espanholas do século XVI alude-se várias vezes sobre as prescrições
da Regra, mas nada se diz sobre sua leitura ou sobre a formação das religiosas
no estudo da mesma. Falta nelas a norma que prescreve que a Regra “deve ser
explicada quatro vezes ao ano”. Não é oferecido o texto em castelhano junto com
as constituições em latim.
Serão
textos não carmelitas (Osuna por ex.) que despertarão em Teresa, recém professa,
a fome de oração pessoal e irão introduzi-la pelo caminho do “recolhimento”
interior. O texto da Regra, no entanto, prescreve aos carmelitas o ideal da
oração continua, “dia e noite...”.
Teresa nos informará que em seu
mosteiro se vivia a Regra relaxada: “como em toda a Ordem, com bula de
relaxamento” (Vida 32, 9). E este era um dos motivos de não voltar a sua
comunidade de origem: “... voltar ao mosteiro da Encarnação..., que é da Regra
Mitigada,... seria um desgosto para mim por razão que há para que dizer. Uma
bastava, que é não poder viver ali o rigor da Regra primeira...” (Fund. 2, 1).
Não podemos precisar até que ponto
tocou a sensibilidade da madre frente a Regra nesta primeira metade de sua vida
carmelitana. De fato, o interesse por ela, a descoberta de seu valor e conteúdo
será tardio, resultada das graças que desde o mais profundo de sua vida mística
colocarão em movimento sua obra fundadora: últimos anos de sua vida na
Encarnação.
O
verdadeiro achado e nova opção pela Regra.
O
encontro pessoal de Teresa com a Regra foi progressivo.
Está vivendo sob o impacto de uma
das graças místicas que mais a impressionaram. É a visão do inferno, que põe em
movimento sua vocação de fundadora. A primeira reação foi a nível pessoal:
decidi para si mesma “a primeira coisa é seguir o chamado que sua Majestade me
fez para a vida religiosa, guardando minha Regra com a maior perfeição que puder”
(Vida 32, 9). A segunda reação, depois de um certo tempo, mas com a mesma
firmeza, será sua decisão de fundar (os propósitos de “maior perfeição” Caminho
1, 2 estão relacionados com o voto do mais perfeito).
Nos anos de 1560-1562 persiste em
Teresa o chamado carismático para fundar. Ela procura informar-se, lendo as
constituições (Vida 35, 2). Com pesar tem que fundar o novo convento fora da
jurisdição da Ordem, mas decide fundá-lo sobre a base firme da Regra do Carmo.
Assim pede autorização para Roma que lhe concede.
Antes da chegada da autorização a
Ávila, Teresa se encontra com Maria de Jesus, em Toledo no ano de 1562. É o momento
em que a madre vive o dilema da pobreza evangélica devido a várias situações:
exigências interiores, resistência dos conselheiros letrados, pressões de são
Pedro de Alcântara, seguidas pela oposição do provincial e da cidade. Quando
Maria de Jesus a informa sobre o teor da pobreza ditado pela Regra carmelitana
“antes de seu relaxamento” (Vida 35, 2), traz o dado decisivo para Teresa: “eu
já sabia que era Regra e via ser mais perfeição” e assim já não haverá teólogo
que consiga dissuadi-la de seu propósito (V 35, 4).
Nesta época santa Teresa leu,
meditou e assimilou a fundo a letra e o espírito da Regra carmelitana. Em Toledo,
além do encontro passageiro com Maria de Jesus, dispõe de bons conselheiros.
Próximo a ela tem o convento dos frades carmelitas, onde é prior Fr. Antonio de
Jesus (Heredia), futuro companheiro de São João da Cruz em Duruelo. Tudo isto
concorre para que se acenda na alma da madre a chama da Regra.
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