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sábado, 26 de maio de 2012

Mistica de São João da Cruz (pastorcico)

A mística de João da Cruz não aliena, ela envolve e nos projeta na vida e nos obriga a sair de nós mesmos. Para encontrar a verdadeira felicidade é preciso encontrar-se consigo mesmo, com Deus e com os outros, para ter o sabor da liberdade.

    


Há um poema de João da Cruz que gostaria de colocar aqui: é a sua e nossa biografia. Com toque delicado, João da Cruz, no Pastorcito, nos apresenta quem somos nós e o que queremos.


"Um Pastorinho, só, está penando,
Privado de prazer e de contento,
Posto na pastorinha o pensamento,
Seu peito de amor ferido, pranteando.

Não chora por tê-lo o amor chagado,
Que não lhe dói o ver-se assim dorido,
Embora o coração esteja ferido,
Mas chora por pensar que é olvidado.

Que só o pensar que está esquecido
Por sua bela pastora, é dor tamanha,
Que se deixa maltratar em terra estranha,
Seu peito por amor mui dolorido.

E disse o Pastorinho: Ai, desditado!
De quem do meu amor se faz ausente
E não quer gozar de mim presente!
Seu peito por amor tão magoado!

Passado tempo em árvore subido
Ali seus belos braços alargou,
E preso a eles o Pastor ali ficou,
Seu peito por amor mui dolorido." (Poesia 7)

João da Cruz exige uma leitura atenta, amorosa e repetitiva — pelo menos três vezes — para entrar em sua linguagem amorosa. Afinal, a linguagem do amor, só quem se decide a amar, pode conhecê-la."

Fonte:  Frei Patrício Sciadini, OCD


quarta-feira, 2 de maio de 2012

OFICINA SOBRE A LECTIO DIVINA

ORIENTADOR: FERNANDO ALCICCI,  OCDS







Lectio Divina ou Leitura Orante da Palavra de Deus
O que é? A Lectio Divina ou Leitura Orante da Palavra de Deus é o modo de nos aproximarmos da Palavra, com a finalidade de orar e entrar em contemplação, isto é, entrar em comunhão com Deus e sua vontade através de sua Palavra. Não é um estudo exegético nem curiosidade, mas uma leitura amorosa da Palavra que nos leva a mergulhar no mistério de Deus e descobrir sua vontade em nossa vida.
Contexto histórico. Esse modo de leitura da Palavra já está presente nos Santos Padres da Igreja, que tinham a preocupação de que as pessoas não se aproximasse da Palavra com mero espírito de especulação, mas respeito amoroso por ser Palavra de Deus, mas sua sistematização mais clássica temos na obra do monge cartuxo Guido II (1188) em sua carta a Gervásio, intitulada Scala claustralium, que a dividiu em 4 momentos: leitura, meditação, oração e contemplação.
Importância hoje. A Igreja no Concilio Vaticano II confirmou a centralidade da Palavra de Deus na vida da Igreja através do documento Dei Verbum, em diversas de suas passagens. Toda a teologia e espiritualidade da Igreja está centrada na escuta e vivência da Palavra de Deus. Todos os fiéis são convidados a fazer a experiência do mistério de Deus mediante a sua Palavra.

ESTA OFICINA FOI FEITA A PARTIR DO TEXTO :ESCADA DOS MONGES.
O MATERIAL COMPLETO DESTA OFICINA VOCE ENCONTRA EM





Esta carta sobre a Vida Contemplativa ou Escada dos Monges, proveniente do século XII, é um clássico da espiritualidade monástica, enquanto retoma e sistematiza os ensinamentos da tradição monástica anterior sobre a lectio divina, e enquanto guiou gerações de monges nos caminhos da oração interior, como o testemunha o grande número de manuscritos que chegaram até nós. Seu autor é Guigo II, nono prior da Grande Cartuxa, que exerceu este cargo entre os anos 1174 e 1180, vindo a falecer em 1188. Escreveu ainda Doze Meditações e um opúsculo sobre o Magnificat.

Como fazer? São quatro passos simples, mas que devem ser feitos em espírito de oração. Por isso, convém começar invocando o Espírito Santo, inspirador das Sagradas Escrituras, para que nos abra a mente para mergulharmos nos mistérios de Deus. Escolhemos uma passagem para fazer a leitura (pode ser algum texto da liturgia do dia).
A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação do espírito.
A meditação é uma ação deliberada da mente, a investigar com a ajuda da própria razão o conhecimento duma verdade oculta.
A oração é uma religiosa aplicação do coração a Deus, para afastar os males ou obter o bem.
A contemplação é uma certa elevação da alma em Deus, suspensa acima dela mesma, e degustando as alegrias da eterna doçura.