(Maria Neila Sousa
Costa – Encarregada da Formação
da Comunidade Rainha
do Carmelo, ocds – Fortaleza-CE)
“Louvemos a Deus pelo
dom maravilhoso da vida e por aqueles que a honram e dignificam ao colocá-la a
serviço dos demais.”
(Doc. de Aparecida nº
106)
I - A BOA NOVA DA
VIDA
Todos que
verdadeiramente desejam ser discípulos missionários de Jesus devem perguntar
como Tomé: “Como vamos saber o caminho?” (João 14, 5).
Jesus nos responde
com uma proposta provocadora: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14,
6). Ele é o verdadeiro caminho para o Pai, que tanto amou ao mundo que lhe deu
seu Filho único, para que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna. (Cf. João
3, 16). Esta é a vida eterna: “Que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro e
a Jesus Cristo teu enviado” (João 17, 3).
– A fé em Jesus como
Filho de Deus Pai é a porta de entrada para a Vida. (Cf. João 10, 9). Verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, prova do amor de Deus aos homens. Sua vida é uma
entrega radical de si mesmo a favor de todos, consumada definitivamente em sua
morte e ressurreição.
– Como discípulos de
Jesus, reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por
Deus. (Cf. Lucas 4, 43-44). E ao mesmo tempo o Evangelho de Deus. (Cf. Romanos
1, 3). Acreditamos e anunciamos o “Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. (Cf.
Marcos 1, 1).
– Como filhos
obedientes à voz do Pai, queremos escutar Jesus – Único Mestre. (Cf. Mateus 23,
8).
– Como seus
discípulos, sabemos que suas Palavras são Espírito e Vida. (Cf. João 6, 63-68).
Com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus
Cristo.
“Bendigamos a Deus
pelo dom da FÉ
que nos permite viver
em aliança com Ele
até o momento de compartilhar a Vida Eterna”
(Doc. de Aparecida nº
104)
“Bendigamos ao Pai
porque, mesmo entre dificuldades e incertezas, todo homem aberto sinceramente à
verdade e ao bem comum pode chegar a descobrir, na lei natural escrita em seu
coração (Cf. Romanos 2, 14-15) o valor sagrado da VIDA humana desde seu início
até seu fim natural, e afirmar o direito de cada ser humano de ver respeitado
este seu bem primário.” (Doc. de Aparecida nº 108).
2.1 – Diante de uma
vida sem sentido, Jesus nos revela a Vida íntima de Deus em seu mistério mais
elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem,
peregrino neste mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos nele”. (Cf. João
14, 23).
2.2 – Frente ao desespero
de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência,
Jesus nos oferece a Ressurreição e a Vida Eterna na qual Deus será tudo em
todos. (Cf. Coríntios 15, 28).
2.3 – Diante da
idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a Vida em Deus como valor supremo:
“De que vale alguém ganhar o mundo e perder a própria vida?” (Marcos 8, 36). É
próprio do discípulo de Jesus gastar a vida como sal da terra e luz do mundo.
2.4 – Mediante o
individualismo, Jesus convoca a viver e caminhar juntos. A vida cristã só se
aprofunda e se desenvolve na comunhão fraterna. Jesus nos diz: “Um é o seu
Mestre, e todos vocês são irmãos.” (Mateus 23, 8).
2.5 – Santa Teresa de
Jesus, no Caminho de Perfeição, Capítulo 4, nos fala da Caridade Fraterna: “Amai-vos
muito umas às outras, é de suma importância, porque entre os que se amam não há
coisa difícil de suportar que não se releve com facilidade. Se no mundo este
mandamento fosse cumprido como deveria ser, muito contribuiria para se
observarem os demais.” Na obra sobre as Fundações Santa Madre Teresa ressalta a
importância do “recreio” para favorecer a fraternidade quando faz questão que
São João da Cruz conheça bem o modo de viver das monjas.
“Entre os que se amam
não há coisa difícil de suportar
que não se releve com facilidade”
(Santa Teresa de
Jesus)
II - A Vocação dos
Discípulos Missionários
à Santidade
Chamados ao
seguimento de Jesus Cristo.
Deus Pai sai de si
para nos chamar a participar de sua Vida e de sua Glória. Mediante Israel, povo
que fez seu, Deus nos revela seu projeto de vida. Cada vez que Israel procurou
Deus e necessitou dele, sobretudo nas desgraças, teve singular experiência de
comunhão com Ele, que o fazia partícipe de sua Verdade, sua Vida e sua Santidade.
– Nestes últimos
tempos, Ele nos falou por meio de seu Filho Jesus (Cf. Hebreus 1, 1ss) com quem
chega a plenitude dos tempos (Cf. Gálatas 4, 4) Deus, que é Santo e nos ama,
nos chama por meio de Jesus a sermos santos (Cf. Efésios 1, 4-5).
O chamado que Jesus
Mestre faz, implica uma grande novidade.
2.1 – Na antiguidade,
os mestres convidavam seus discípulos a se vincular com algo transcendente e os
mestres da Lei propunham a adesão à Lei de Moisés.
2.2 – Jesus convida a
nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele, porque é a Fonte
da Vida (Cf. João 15, 1-5) e só Ele tem palavras de vida eterna (Cf. João 6,
68).
2.3 – Há duas coisas
bem originais no relacionamento com Jesus:
Por um lado, não
foram eles que escolheram seu mestre, foi Cristo quem os escolheu.
E por outro lado,
eles não foram convocados “para algo” (purificar-se, aprender a Lei...), mas “para
alguém”, escolhidos para se vincularem intimamente à Pessoa dele (Cf. Marcos 1,
17; 2, 14).
Jesus os escolheu
para que “estivessem com Ele e enviá-los a pregar” (Cf. Marcos 3, 4) para que o
seguissem com a finalidade de “ser dele” e fazer parte “dos seus” e participar
da sua missão. Com a parábola da videira e dos ramos (João 15, 1-8), Jesus
revela o tipo de vínculo que ele oferece e que espera dos seus.
2.4 – Jesus quer que
seu discípulo se vincule a ele como “amigo” e como “irmão”.
O Amigo:
ingressa em sua vida;
escuta Jesus;
conhece o Pai e faz
fluir a vida de Jesus Cristo na própria existência.
O Irmão:
participa da vida do
Ressuscitado, Filho do Pai celeste, porque Jesus e seu discípulo compartilham a
mesma vida que procede do Pai. Jesus, por natureza, o discípulo por
participação.
Santa Teresa de
Jesus, nossa mãe, deseja formar amigos fortes de Deus.
Para ela a verdadeira
oração é um trato de amizade com Deus: “A meu ver, oração não é outra coisa
senão tratar intimamente com aquele que sabemos que nos ama.” (Vida, 8, 5).
3.1 – De acordo com
as nossas Constituições a nossa Ordem Carmelita, frades, monjas e seculares:
formamos uma só
família;
com os mesmos bens
espirituais;
com a mesma vocação à
santidade;
com a mesma missão
apostólica.
3.2 – Ainda segundo
as nossas Constituições:
os membros da Ordem
Secular dos Carmelitas Descalços são fiéis da Igreja chamados a viver “em
obséquio de Jesus Cristo” através da “amizade com quem sabemos que nos ama”.
3.3 – O compromisso
da “Promessa” de viver o espírito das Bem-Aventuranças:
nas Bem-Aventuranças
se encontra um plano de vida e um modo de entrar em relação com o mundo, com os
familiares, com os vizinhos e companheiros de trabalho e com os amigos.
ao prometer viver as
Bem-Aventuranças na vida cotidiana, tratam de dar testemunho de vida evangélica
como membros da Igreja e da Ordem e, por este testemunho, convidam o mundo a
seguir Cristo: Caminho, Verdade e Vida. (João 14, 6).
Conforme o Doc. de
Aparecida, nº 133, Jesus faz dos discípulos seus familiares porque:
compartilha com eles a
mesma vida que procede do Pai;
lhes pede, como
discípulos, uma união íntima com Ele, obediência à Palavra do Pai, para
produzirem frutos de amor em abundância.
Como discípulos e
missionários, somos chamados:
a intensificar nossa
resposta de fé e anunciar que Cristo redimiu todos os pecados e males da
humanidade.
A resposta a seu
chamado exige entrar na dinâmica do Bom Samaritano que nos dá o imperativo de:
nos fazer próximos,
especialmente de quem sofre;
gerar uma sociedade
sem excluídos seguindo a prática de Jesus:
- que come com os
publicanos e pecadores; (Lucas 5, 29-32)
- que acolhe os
pequenos e as crianças; (Marcos 10, 13-16)
- que cura os
leprosos; (Marcos 1, 40-45)
- que perdoa e
liberta a mulher pecadora; (Lucas 7, 36-49); (João 8, 1-11)
- que fala com a
Samaritana. (João 4, 1-26)
Parecidos com o
Mestre.
7.1 – A admiração
pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam:
uma resposta
consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo;
uma adesão a toda a
sua pessoa ao saber que Cristo o chama pelo nome. (Cf. João 10, 3).
7.2 – É um “sim” que
compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, “Caminho,
Verdade e Vida”. (João 14, 6).
7.3 – É uma resposta de
amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (João 13, 1). A resposta do
discípulo amadurece neste amor de Jesus: “Eu te seguirei por onde quer que
vás.” (Lucas 9, 57). Para ficar verdadeiramente parecido com o Mestre, é
necessário assumir a centralidade do Mandamento do Amor: “Amai-vos uns aos
outros, assim como eu vos amei.” (João 15, 12). Este amor, com a medida de
Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode
deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo,
cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio: “Nisso
conhecerão todos que sois os meus discípulos.” (João 13, 35).
Enviados a anunciar o
Evangelho do Reino da Vida.
8.1 – Jesus Cristo,
verdadeiro homem e verdadeiro Deus, com palavras e ações e com sua morte e
ressurreição, inaugura no meio de nós o Reino de Vida do Pai, que alcançará sua
plenitude lá onde não haverá mais “nem morte, nem luto, nem pranto, nem dor.” (Apocalipse
21, 4).
8.2 – Durante sua
vida e com sua morte na cruz Jesus permanece fiel ao seu Pai e à sua vontade. (Cf.
Lucas 22, 42).
8.3 – Durante o
ministério de Jesus, os seus discípulos não foram capazes de compreender que o
sentido de sua vida selava o sentido de sua morte. Muito menos compreender que,
segundo o desígnio do Pai, a morte do Filho era fonte de vida fecunda para
todos. (Cf. João 12, 23-24).
8.4 – O mistério
Pascal de Jesus é o ato de obediência e amor ao Pai e de entrega por todos seus
irmãos.
8.5 – Ao chamar os
seus para que o sigam, Jesus lhes dá uma missão muito precisa:
anunciar o Evangelho
do Reino a todas as nações; (Cf. Mateus 28, 19 e Lucas 24, 46-48).
todo discípulo é
missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo tempo que o
vincula como amigo e irmão;
dessa maneira, como
Jesus é testemunha do mistério do Pai, assim os discípulos são testemunhas da
morte e ressurreição do Senhor.
cumprir essa missão
não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã. Quando o
discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que
só ele salva. (Cf. Atos 4, 12).
“Quando o discípulo
está apaixonado por Cristo,
não pode deixar de
anunciar ao mundo que ele salva”
III – O Caminho de
Formação
dos Discípulos Missionários
(Doc. de Aparecida nº
240)
O encontro com Jesus
Cristo.
Uma autêntica
proposta de encontro com Jesus Cristo deve estabelecer-se sobre o sólido
fundamento da Trindade-Amor. A experiência batismal é o ponto de início de toda
espiritualidade cristã que se funda na Trindade.
– O acontecimento de
Cristo é, portanto, o início desse sujeito novo que surge na história e a quem
chamamos discípulo:
não se começa a ser
cristão por uma decisão ética ou uma idéia;
começamos a ser
cristão através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um
novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva.
Em Santa Madre Teresa
de Jesus esse encontro ou esta união com Cristo é fundamental quando nas suas
obras nos mostra a sua experiência pessoal e amorosa com “aquele que sabemos que
nos ama”, e isso passa pela oração.
Lugares de encontro
com Jesus Cristo.
O encontro com
Cristo, graças à ação invisível do Espírito Santo, realiza-se na fé recebida e
vivida na Igreja. O Papa Bento XVI nos fala: “A Igreja é nossa casa! Esta é
nossa casa! Na Igreja Católica temos tudo que é bom, tudo que é motivo de
segurança e de consolo! Quem aceita a Cristo: Caminho, Verdade e Vida, em sua
totalidade, tem garantida a paz e a felicidade nesta e na outra vida.” (V.Doc.Apar.246).
2.1 – Encontramos
Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. O Papa Bento XVI faz a todos nós um
convite: “Ao iniciar a nova etapa que a Igreja Missionária da América Latina e
do Caribe se dispõe a empreender, a partir desta V Conferência em Aparecida, é condição
indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus, por isso,
é necessário educar o povo na leitura e na meditação da Palavra.” (...) “É
preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha
da Palavra de Deus.” (grifamos. Doc. de Aparecida nº 247).
Para nós carmelitas
este convite do Papa vem de encontro ao que já somos chamados através de nossas
Constituições quando nos diz que devemos ser diligentes na meditação da Lei do
Senhor.
A Regra de Santo
Alberto é a expressão original da espiritualidade do Carmelo. Foi escrita para
leigos que se reuniram no Monte Carmelo para viver uma vida dedicada à
meditação da Palavra de Deus, debaixo da proteção da Virgem Maria. De acordo
com o número 35 das nossas Constituições, temos que: “A identidade carmelitana
é confirmada por meio da formação na Escritura e na Lectio Divina, na
importância da liturgia da Igreja, especialmente da Eucaristia e da Liturgia das
Horas e na Espiritualidade do Carmelo, sua história, as obras dos santos da
Ordem e a formação na oração e meditação.” (grifamos).
Entre as muitas
formas de se aproximar da Sagrada Escritura existe uma privilegiada à qual
todos somos convidados: a Lectio Divina ou exercício de leitura orante da
Sagrada Escritura. Essa leitura bem praticada conduz ao encontro com
Jesus-Mestre.
Com seus quatro
momentos: leitura + meditação + oração + contemplação, a leitura orante
favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo.
2.2 – Encontramos
Jesus ainda:
na Sagrada Liturgia;
na Eucaristia (lugar
privilegiado);
no Sacramento da
Reconciliação;
na oração pessoal e
comunitária;
na comunidade e no
amor fraterno.
O Doc. de Aparecida
nº 255, nos diz que: “A oração pessoal e comunitária é o lugar onde o
discípulo, alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, cultiva uma relação
profunda de amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai. A
oração diária é sinal do primado da graça no caminho do discípulo missionário.”
Diante de tudo isso,
constatamos ainda mais a importância que Santa Madre Teresa de Jesus dá a
oração e nos pede que não a abandonemos, conforme Caminho de Perfeição, nos
Capítulos 23, 24 e 25.
Maria, discípula e
missionária.
3.1 – A máxima
realização da existência cristã como um viver trinitário de “filhos no Filho”
nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (Cf. Lucas 1, 45) e
obediência à vontade de Deus (Cf. Lucas 1, 38), assim como por sua constante
meditação da Palavra E das Ações de Jesus (Cf. Lucas 2, 19. 51) é a discípula
mais perfeita do Senhor.
3.2 – Maria, que “conservava
todas estas recordações e as meditava no coração” (Lucas 2, 19; 2, 51) ensina-nos
o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo missionário. O Magnificat
está inteiramente tecido pelos fios da Sagrada Escritura. Assim revela-se que
nela a Palavra de Deus se encontra de verdade em sua casa, de onde sai e entra
com naturalidade:
ela fala e pensa com
a Palavra de Deus;
a Palavra de Deus se
faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus;
seus pensamentos
estão em sintonia com os pensamentos de Deus e seu querer é um querer junto de
Deus;
estando intimamente
penetrada da Palavra de Deus, ela pôde chegar a ser a Mãe da Palavra encarnada.
Essa familiaridade
com o mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “O povo
cristão aprende com Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e
experimentar a profundidade de seu amor.” (Doc. Aparecida nº 271).
Segundo nossas Constituições,
temos que:
“Os Carmelitas
Seculares, junto com os Frades e as Monjas, são filhos e filhas da ORDEM DE
NOSSA SENHORA DO MONTE CARMELO E DE SANTA TERESA DE JESUS.” (Cap. I, nº 1).
“Os membros da Ordem
Secular dos Carmelitas Descalços são fiéis da Igreja chamados a viver “em
obséquio de Jesus Cristo” através “da amizade com quem sabemos que nos ama”,
servindo à Igreja. Debaixo da proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo,
segundo a inspiração de Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz e da Tradição
do Profeta Elias, que buscam aprofundar o compromisso cristão recebido no
batismo.” (Cap. I, nº 3).
A Virgem Maria se faz
presente de maneira especial, sobretudo como Modelo de Fidelidade na escuta do
Senhor e em atitude de Serviço a ele e aos demais.
Maria é aquela que
conservava e meditava em seu coração a vida e as ações de seu Filho, dando
exemplo de contemplação.
O papel da oração na
espiritualidade Teresiana.
4.1 – A oração para
Santa Teresa é fundamental. É ponto de partida. É a base de toda
espiritualidade. De acordo com o Livro da Vida, no Capítulo 8, temos:
“Quisera ter licença
para dizer as muitas vezes que nesse tempo faltei a Deus, por não está amparada
à forte coluna da oração.”
“Vejo a grande
misericórdia que o Senhor me fez dando-me ânimo para a oração, enquanto eu
lidava com o mundo.”
“É certo que estamos
sempre diante de Deus, mas, para os que tratam de oração, é de outra maneira.”
“Entenda o grande bem
que Deus faz a uma alma dispondo-a a ter oração com vontade, mesmo não estando
totalmente bem disposta.”
“Se perseverar na
oração, apesar de pecados, tentações e quedas de mil maneiras que o demônio lhe
ocasione, tenho por certo que finalmente o Senhor a conduzirá ao porto da
salvação, como ao que agora, parece, me conduziu.”
“Quem começou a se
entregar à oração, não a deixe, por mais pecados que faça. Com ela terá meios
de se recuperar, ao passo que sem ela será muito mais difícil.”
“A quem ainda não
começou, rogo, por amor do Senhor, que não se prive de tanto bem.”
“Se perseverar neste
santo exercício, espere tudo na misericórdia de Deus, sabendo que ninguém o
tomou por amigo sem ser amplamente recompensado.”
“A meu ver, a oração
não é outra coisa senão tratar intimamente com aquele que sabemos que nos ama,
e estar muitas vezes conversando a sós com ele.”
“Se a oração faz
tanto bem e é tão necessária aos que não servem a Deus e até o ofendem, ninguém
pode objetar maior dano que o de não a ter. se assim é, digo: por que hão de
deixá-la os que servem a Deus e querem servi-lo?”
“Só digo que a oração
foi a porta para os favores tão grandes que Sua Majestade me tem feito. Fechada
esta porta, não sei como poderá conceder esses favores.”
“Depois que comecei a
ter oração, quase nunca me cansava de falar ou ouvir falar de Deus.”
4.2 – Em seu livro “Castelo
Interior”, no Capítulo 1, Santa Teresa assim nos fala:
“Uma pessoa muito
douta dizia-me, há pouco tempo, que as almas sem oração são semelhantes a um
corpo entrevado ou paralítico.”
“Pelo que entendo, a
porta para entrar neste castelo é a oração, a meditação.”
“Ao meu ver,
a oração não é outra
coisa senão tratar intimamente
com aquele que sabemos que nos ama,
e estar muitas vezes conversando com ele.”
(Santa Teresa de
Jesus)
Louvado seja
Nosso Senhor Jesus
Cristo!
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